O presidente Michel Temer e o primeiro-ministro da Espanha, Mariano
Rajoy, estão reunidos desde as 10h no Palácio do Planalto, em Brasília (DF). Em nove
anos, é a primeira visita de um chefe de governo espanhol ao Brasil. Na
Espanha, o chefe de Estado é o rei Filipe VI. Eleito pelos deputados, o
presidente é o chefe de governo e exerce papel similar ao de
primeiro-ministro.
Temer e Rajoy têm um encontro privado e, em
seguida, participarão de reunião ampliada com a presença de ministros
dos dois países e empresários espanhóis. Entre outros assuntos, estão na
pauta da reunião temas como a cooperação bilateral e as negociações
Mercosul-União Europeia.
A expectativa é que os países façam uma
declaração conjunta de cooperação ao desenvolvimento e que sejam
assinados memorandos de entendimento para a cooperação nas áreas de
recursos hídricos, de cooperação econômica e comercial, de
infraestrutura e de transportes. Também deverá ser assinado um acordo de
cooperação entre as escolas diplomáticas dos dois países.
O
acordo na área de recursos hídricos prevê atividades como a
revitalização da Bacia do São Francisco e o compartilhamento de
experiências de conservação de recursos naturais, desenvolvidas pela
Itaipu Binacional.
O memorando de infraestrutura e transporte
estabelece possibilidades de cooperações visando ao controle de
qualidade na construção de estradas, gestão de transporte rodoviário,
tecnologias a serem aplicadas no setor ferroviário, e a modernização de
marcos regulatórios relativos a portos e transporte aéreo.
A
declaração conjunta sobre cooperação para o desenvolvimento dará
continuidade à colaboração bilateral entre Brasil e Espanha em áreas
como energias renováveis, igualdade racial e melhoria da qualidade de
vida de famílias vulneráveis no Semiárido.
Com investimentos que
crescem a cada ano, o Brasil e a Espanha são grandes parceiros no
comércio exterior. No ano passado, o volume de trocas somou US$ 5,2
bilhões. Só nos primeiros três meses deste ano, a Espanha injetou US$
819,4 milhões na economia brasileira.
Os recursos foram aplicadas
principalmente na aquisição de produtos minerais e vegetais, com
destaque para a soja. O Brasil, por sua vez, importou US$ 639 bilhões em
produtos espanhóis, notadamente na área petroquímica. A Espanha é
atualmente um dos principais investidores no Brasil.
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