Segundo Oliva, após o balanço de 2015, a equipe dele trabalhou para fechar o ano sem perdas, apesar de também não esperar ganhos. “O problema é que estamos pegando um passivo trabalhista de 2010, 2011 e 2013. Existe um indústria de ações trabalhistas e nós sabemos disso. Estamos atentos, pois sabemos que, se nada for feito, a empresa quebra”, relatou.
O presidente da Docas explicou que as despesas com essas ações foram de R$ 200 milhões no ano passado. Entretanto, para o atual exercício, a projeção é que esses gastos cheguem a R$ 500 milhões. “Existe uma cultura de que funcionário da Codesp é funcionário público e tem estabilidade. Isso não é realidade. Há concurso, mas os empregados são regidos pelas leis trabalhistas”, destacou. Uma espécie de pente fino está sendo feito na estatal.
No último mês, outros 17 empregados foram dispensados, segundo Oliva, por apresentarem práticas semelhantes. Hoje, acontece uma audiência pública na Câmara para discutir a questão com entidades sindicais representantes dos trabalhadores.
A expectativa do presidente, a partir desse contexto, é encerrar o ano no azul. “Isso se não recebermos uma ação trabalhista de R$ 125 milhões como prevemos. Mas vamos negociar”, adiantou. Além dos problemas internos, Oliva avaliou que o cenário econômico contribuiu para os valores negativos. O balanço mostrou que a receita operacional líquida caiu de R$ 810,7 milhões para R$ 740,48 milhões. Neste universo, a receita obtida com os arrendamentos caiu de R$ 407,94 milhões para R$ 326,34 milhões. Para o executivo, estes números devem melhorar com os recentes investimentos na área e a retomada do mercado.
Outro fator que contribuiu para a Docas ter prejuízo foi a alta dos gastos operacionais, que saltaram de R$ 439,57 milhões para R$ 489,33 milhões. As despesas administrativas foram de R$ 196,06 milhões para R$ 220,24 milhões. “Gastamos com aquilo que foi necessário, com a dragagem, cujo contrato teria que ser pela (extinta) SEP, e com os estudos da USP (Universidade São Paulo), sobre a os impactos da dragagem na região e a capacidade operacional do canal do Porto”, concluiu.
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