O grupo de trabalho responsável pelo estudo definitivo é liderado pela Codesp, e composto pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e pela Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP). Uma resolução será publicada nesta semana, criando a força-tarefa.
O anúncio foi feito pelo presidente da Docas, José Alex Oliva. Segundo ele, mesmo sem o firmamento dos trâmites burocráticos, os trabalhos já começaram com técnicos do Dnit, que estão percorrendo as vias navegáveis no entorno do Estuário.
“Você pode colocar a carga fora das vias para que ela possa ser transportada por barcaças até os terminais. A Codesp assumiu o grupo e está fazendo as tratativas, mas nós estamos acompanhando para que, ainda neste ano, possamos ter alguma operação”, diz. Para ele, a exploração do modal favorece o crescimento do Porto.
Tokarski avalia que a utilização de hidrovias possibilita que o cais santista cresça para outras regiões, mais internas, eliminando um problema de espaço hoje constatado nas duas margens. Ele refere-se a eventuais terminais, de transbordo ou não, a serem instalados em áreas ainda não exploradas em Santos, em Guarujá e em Cubatão.
O presidente da Docas também vislumbra essa possibilidade. Ele informou que os 60 dias previstos pelo grupo para apresentar o projeto poderão ser prorrogáveis. “Quando estiver com isso na mão, vou botar para a iniciativa privada (viabilizar e operar o serviço). Primeiro vamos trabalhar car[TEXTO]ga, depois passageiros”, disse, sem dar detalhes.
Um estudo realizado pela Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), a pedido do Governo Federal, identificou ao menos 180 quilômetros de vias navegáveis que podem ser utilizados para o deslocamento de cargas para o Porto de Santos. Tratam-se de rios e braços de mar que cruzam o Canal do Estuário. Há dois anos, a Codesp já havia informado que a utilização das hidrovias poderia evitar um trajeto rodoviário de aproximadamente 50 quilômetros para o transporte de contêineres entre terminais das duas margens do cais. Para isso acontecer, é necessária a implantação de uma rota fixa e circular de trocas de carregamentos entre instalações.
Apesar dos contêineres representarem um grande alívio ao tráfego, Oliva e Tokarski acreditam que a unidade da Carbocloro em Cubatão será a primeira a utilizar o serviço. A empresa já apresentou um projeto para transportar 800 mil toneladas de sal por ano nos rios para evitar que 2 mil caminhões trafeguem por 22 quilômetros entre a empresa e o cais, em Santos.
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