As exportações do noroeste da Europa enfrentam problemas por causa da quebra da sul-coreana Hanjin e da reestruturação entre as companhias de navegação. Segundo informações de publicações especializadas, os atrasos no transporte vêm ocorrendo com mais ênfase nas rotas para o Oriente Médio e para a Ásia.
A demora nas linhas para o continente asiático partindo do noroeste europeu tem chegado até seis semanas, de acordo com o gerente de exportação da Agristo, uma das empresas afetadas com a situação, John Heylen. O executivo indagou sobre quem pagará os custos adionais verificados por estes atrasos.
Uma das causas apontadas seriam os preços mais altos para o envio de contêineres. O problema inclusive começou a ser investigado junto aos grandes armadores globais pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos. O órgão iniciou a investigação a partir da suspeita de acordos ilegais de preços praticados pelas companhias, por meio de suas participações nas alianças.
O representante da Maersk Line, Marko Mihajic, ressalvou que as alianças permitem que as linhas otimizem as redes e se beneficiem das economias de escala obtidas. Ele explicou que potencialmente as alianças possibilitam a um só membro comercializar serviços competitivos que são a atrativos para os clientes: mais portos e serviços diretos, melhor cobertura e maior frequência.
No entanto, a estrutura das alianças tem mudado nos últimos tempos. das quatro alianças ativas até o ano passado, sobreviveram três em 2017: 2M, The Aliance e Ocean Alliance. Os três conglomerados anunciaram novos horários a partir deste mês. Coincidentemente, houve um aumento dos prelos das tarifas de transporte de contêineres nas rotas entre Europa e Ásia, mesmo que, nos últimos anos, as companhias de navegação venham enfrentando um excesso de capacidade e mantendo preços historicamente baixos.
"A indústria (da navegação) está experimentando mudanças, temos acompanhado consolidações recentes e trocas nas alianças que, em geral, beneficiam o cliente", ressalvou Mihajic. Entretanto, ele admitiu que a curto prazo estas alterações podem prejudicar o mercado, até que ocorra uma estabilização. É que, quando uma linha de contêineres se move de uma aliança para outra, precisam de um tempo para rever suas redes. Com isto, os valores podem variar.
Em relação à 2M, ressaltou que durante mais de dois anos ela permaneceu estável, sendo a única aliança que sofreu grandes mudanças este ano. Ele adiantou que a Maersk focará na busca de um equilíbrio entre a demanda e a oferta. "Este é um requisito para seguir sendo líder em tarifas e ser capaz de proporcionar e desenvolver serviços competivios", concluiu o executivo da gigante dinamarquesa.
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