A Sete Brasil adiou para o dia 10 de outubro assembleia de credores
que seria realizada nesta segunda (28) para analisar o novo plano de
recuperação judicial, entregue à Justiça no início do mês. A empresa não comenta o assunto, mas a reportagem apurou que o
adiamento teve como objetivo dar mais prazo para negociações com a
Petrobras a respeito do número de sondas que podem ser contratadas pela
estatal.
No dia 23 de junho, a Petrobras informou que sua diretoria havia
autorizado o reinício das conversas com a Sete, empresa criada no
governo Lula para ser a maior fornecedora de sondas de perfuração para o
pré-sal. Com o início da Operação Lava Jato, a Sete passou a enfrentar
dificuldades ara obter financiamento e, em abril de 2016, apelou à
recuperação judicial, com uma dívida calculada em R$ 19,3 bilhões.
O novo plano prioriza a construção de quatro das 29 sondas
contratadas -aquelas em estágio mais avançado de construção e que estão
em estaleiros com capacidade para concluir as obras mais rapidamente e,
se possível, com recursos próprios. Como garantia, a Sete propõe dar aos estaleiros o direito de vender as unidades, caso atrase os pagamentos.
O plano diz que a empresa precisará de US$ 4,345 bilhões para
construir até oito sondas e dá prioridade sobre o fluxo de caixa às
instituições que emprestarem os recursos. Os atuais credores só
começariam a receber recursos a partir de 2020.
A empresa tem como sócios a Petrobras, os bancos BTG Pactual,
Santander e Bradesco, os fundos de pensão Petros, Funcef e Previ -dos
empregados da Petrobras, Caixa e Banco do Brasil, respectivamente- e
investidores estrangeiros. No início do ano, os fundos de pensão iniciaram processos de
arbitragem internacional contra a Petrobras para tentar recuperar o
investimento. Segundo a estatal, o valor pedido é R$ 4,475 bilhões.
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