Peritos norte-americanos estão no Porto de Santos para avaliar as condições do Log-In Pantanal e das cargas que não se perderam no acidente da última sexta-feira,
quando 45 contêineres caíram no mar. Os especialistas foram
encaminhados por clube de seguros formado por diversas seguradoras.
Os
estrangeiros fazem parte do P&I Club (Protection and Indemnity, em
português, Proteção e Indenização). Esse clube será responsável pelo
pagamento de uma compensação financeira à armadora do navio. Isto é
necessário já que ela deverá ressarcir os custos de todas as cargas
perdidas com a queda dos contêineres.
Ainda
não há previsão de quando os donos das mercadorias serão ressarcidos.
Tudo depende das investigações e do inquérito instaurado pela Capitania
dos Portos de São Paulo (CPSP). A Autoridade Marítima deve indicar se o
acidente aconteceu por uma falha na estivagem da carga ou ainda por
algum problema do navio.
Na
segunda-feira (14), secretários de Meio Ambiente de oito das nove
cidades da Baixada Santista criticaram, novamente, a falta de
informações sobre a queda dos 45 contêineres que estavam a bordo da
embarcação.
Santos, São
Vicente, Guarujá, Cubatão, Praia Grande, Itanhaém, Mongaguá, Bertioga se
uniram para, em uma carta aberta, repudiar o silêncio das autoridades
sobre o acidente da última sexta-feira.
Os
secretários de Meio Ambiente se referem, principalmente, às informações
não prestadas pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp)
sobre as cargas que estavam no navio e os procedimentos de segurança que
deveriam ser adotados logo após o acidente.
“Ao
invés de famílias caminhando pela orla e grupos praticando lazer e
esporte, o cenário do último final de semana nas praias da região
poderia ter sido muito, muito diferente – ecossistema marinho
contaminado, vidas afetadas, infraestrutura comprometida, comércio e
turismo prejudicados”, diz a carta.
O
secretário de Meio Ambiente de Guarujá, Sidnei Aranha, cobra da Log-In o
envio de um plano de recolhimento das cargas. Segundo ele, além de um
contêiner na praia do Saco do Major, foram encontrados diversos resíduos
na orla da cidade. Entre eles, muitos produtos hospitalares.
“Ainda
há resíduos de cargas. Não sabemos como descartá-las. Também não
sabemos como e quando serão retiradas essas mercadorias, que são
responsabilidade da empresa que gerou a poluição. Se não enviarem, vamos
multá-los todos os dias até eles fazerem o que tem que ser feito”,
disse Aranha.
Já em São
Vicente três contêineres foram encontrados nas proximidades da Ilha
Porchat e na praia dos Milionários. Assim como em Guarujá, produtos
hospitalares foram levados pela maré.
“A
ideia de apresentar a carta aberta é aproximar autoridades que têm
relação com o Porto para aumentar a nossa capacidade de respostas em
caso de acidentes. Prevendo que tenha efeito que desejamos, ótimo. Caso
contrário, vamos provocar autoridades por ofício para que possamos ter
uma resposta digna e clara de todos os envolvidos”, destacou o
secretário de Meio Ambiente de São Vicente, Vitor Carlos Vitório do
Espírito Santo.
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