A confusão jurídica envolvendo a dragagem do
Porto de Santos pode estar perto de ser resolvida. Um acordo firmado
entre a Secretaria Nacional de Portos, a Companhia Docas do Estado de
São Paulo (Codesp) e as empresas do Consórcio Van Oord-Boskalis quer
garantir que o trâmite para o início das obras seja acelerado e que as
ações judiciais se encerrem. A promessa é de que a ordem de serviço para
o início dos trabalhos seja expedida em 1º de setembro.
Devido
à preocupação com a falta de continuação dos serviços de dragagem no
complexo portuário santista e, consequentemente, a perda de calado
operacional (fundura máxima que os navios podem atingir quando
totalmente carregados), o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado
de São Paulo (Sopesp) pediu uma reunião com todos os envolvidos na
questão, o que aconteceu na última quarta-feira, em Brasília. Também
participaram do encontro os representantes do Conselho de Autoridade
Portuária (CAP), da Codesp e da Associação Brasileira de Terminais
Privados (ABTP).
O
secretário Nacional de Portos, Luiz Otávio Campos, garantiu ao grupo
que, após a entrega do projeto básico da dragagem pelo consórcio, vai
ampliar esforços para garantir aprovação no prazo máximo de 15 dias.
Pelo contrato, o órgão teria 30 dias para a análise.
As
empresas, que trabalham nos projetos básico e executivo desde abril,
comprometeram-se a apresentá-los até o dia 15 e também a não dar
continuidade aos processos judiciais que prejudicam a execução atual dos
serviços contratados pela Codesp.
Na
semana passada, a pedido da Boskalis, a Justiça Federal determinou a
suspensão do serviço de dragagem do canal de navegação e nos acessos aos
berços de atracação do Porto de Santos. A empresa questionava que o
serviço de manutenção que vinha sendo executado no local, contratado
pela Docas, no ano passado, interferia na execução dos serviços e obras
para as quais foi contratada pelo Ministério dos Transportes, Portos e
Aviação Civil (MTPAC).
A
liminar foi suspensa, cinco dias depois, quando a Codesp recorreu ao
Tribunal Regional Federal da 3º Região de São Paulo (TRD3), que levou em
consideração a questão econômica da paralisação dos serviços.
Pelo
mesmo motivo, a Boskalis também conseguiu suspender na Justiça uma
licitação para a contratação de empresa que faria dragagem de berço. A
outra empresa do consórcio, a Van Oord também entrou com ação
solicitando a paralisação dos mesmos serviços, mas ainda sem decisão
judicial
Os
três processos seguem na Justiça Federal de Santos. Ontem, o juiz da 1ª
Vara Federal, Alexandre Berzosa Saliba, realizou uma audiência para
esclarecer dúvidas sobre a questão da dragagem. Além dos representantes
das empresas que atualmente prestam serviço no cais santista, a Dratec
Engenharia e Dragabras, também foram ouvidos integrantes da Docas e do
consórcio.
Por conta do que
foi acordado no dia anterior, em Brasília, o magistrado decidiu
aguardar o prazo para o início dos trabalhos antes de dar a decisão
sobre os mandados de segurança.
Caso
o compromisso da Secretaria e das empresas contratadas para o serviço
não se efetive até o dia previsto, Saliba terá que definir os próximos
passos. Uma opção é acatar o pedido de suspensão da dragagem atual ou
seguir o parecer do TRF3 para que o trabalho continue até que o
consórcio apresente a data de início dos trabalhos de retirada de
sedimento.
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