As manifestações de caminhoneiros no Rio Grande do Sul vai fazer as exportações de carne suína migrarem para o Porto de Itajaí, em Santa Catarina. A decisão é das indústrias do setor, que seguem tendo dificuldades de fazer a carga chegar ao terminal marítimo de Rio Grande, assim como também não conseguem levar contêineres vazios para as unidades.
O superintendente do Porto de Rio Grande, Janir Branco, disse que o movimento permanecia aquém do normal, com redução de 50%, por conta do temor de represálias, como pedras e ameaças, a quem se aventurar cruzar as estradas. Nesta segunda-feira, 7, ele iria se reunir com o secretário da Segurança Pública do Estado na busca por estratégia capaz de garantir a normalidade do tráfego.
"Ficamos muito abatidos com a mudança de porto, sabemos como é difícil conseguir uma carga e, para perdê-la, pode ser em um estalar de dedos", desabafou Branco. Aproximadamente 30% da produção gaúcha de suínos é exportada. São cerca de 3,8 mil toneladas por semana, 15 mil por mês. A maioria dos embarques, em torno de 80%, ocorre pelo terminal gaúcho.
"É aceitável que só o Rio Grande do Sul tenha esse problema? Isso não está ocorrendo em outros estados", indagou o diretor-executivo do Sips (Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS), Rogério Kerber. A mudança certamente trará prejuízos ao Estado. A decisão ocorre porque as empresas estão tendo dificuldades para escoar a produção destinada ao mercado internacional.
O mesmo está acontecendo com o segmento de aves, que tem o exterior como destino de 45% do itens processados. "A situação ainda está critica. Se essa questão não se resolver em mais um dia, pode impactar a produção das indústrias, principalmente as que exportam", advertiu o diretor-executivo da Asgav (Associação Gaúcha de Avicultura), José Eduardo dos Santos. Os caminhoneiros protestam pedindo reajuste nos fretes e outras medidas.
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