A
diretora do Departamento de Marinha Mercante, Laira Lage, diz que
existem tentativas de emendas à MP para impedir um impacto no modelo.
Ela ressalta que os recursos do FMM são captados no próprio setor para
seu desenvolvimento. Laira lembra que de 2007 até 2014
houve significativo crescimento da construção naval do país fomentada
pelos financiamentos do FMM. De 2011 a 2014 foi contratado um total de
R$ 27 bilhões para projetos do setor. Desde 2015 foram desembolsados
mais de R$ 19 bilhões de recursos do fundo.
A tendência é que esses valores diminuam nos próximos anos devido à
entrega de embarcações e à falta de novos projetos da construção naval,
motivada pela redução de investimentos no setor de exploração e de
petróleo, bem como a flexibilização das regras de conteúdo local. "Temos
indústria naval pronta para construir em vários pontos do Brasil. O que
temos é crise de demanda", afirmou na última terça-feira (15), durante
apresentação na 14ª edição da Marintec South America, no Rio de Janeiro.
Laira observou que os bancos, que já eram rigorosos antes da crise,
continuam exigentes. Ela avalia que, para fundo continuar existindo,
precisa do agente financeiro na medida em que o governo não é feito para
analisar crédito. Segundo a diretora, a dificuldade para conseguir o
crédito com os agentes de certo modo garante sobrevida do FMM. "Se não
houvesse essas garantias, o fundo não estaria recebendo e não teria
recursos para emprestar no futuro", ponderou. Ela ressaltou que o DMM não
tem ingerência sobre essas exigências.
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