O governo brasileiro apresentou hoje (18) à Organização Mundial do
Comércio (OMC) pedido de abertura de painel contra o Canadá por
subsídios ao setor aeronáutico. Desde março, o Brasil estava tentando
resolver, sem sucesso, a questão no Órgão de Solução de Controvérsias,
que funciona como um tribunal de conciliação da OMC.
Por meio de
nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que estima que o
governo canadense tenha injetado, na última década, US$ 3 bilhões em
nível federal, provincial e local no programa C-series, da empresa
Bombardier. Produtora de aviões de pequeno e de médio porte para voos
regionais, a Bombardier é a principal concorrente da Embaer no mercado
internacional.
Diferentemente de um contencioso, em que as partes
discutam e tentam chegar a um acordo, o painel funciona como um
tribunal, em que os membros da OMC analisam as reclamações e podem impor
sanções comerciais caso considerem a queixa procedente.
“Na
avaliação do governo brasileiro, os elevados subsídios concedidos pelo
Canadá à Bombardier resultaram em grave prejuízo à indústria aeronáutica
nacional e diversos dos programas envolvem subsídios proibidos pelas
regras da OMC”, destacou o Itamaraty no comunicado.
A OMC
analisará o pedido de abertura do painel na próxima reunião do Órgão de
Solução de Controvérsias, em 31 de agosto. Caso o Canadá não aceite o
pedido, o painel será automaticamente aberto na reunião seguinte do
órgão, em 29 de setembro.
"O governo brasileiro espera que o
contencioso venha a permitir o reequilíbrio, o quanto antes, das
condições de competitividade internacional no setor aeronáutico,
afetadas artificialmente pelos subsídios canadenses”, concluiu o
Itamaraty em comunicado.
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