A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) realizou nesta segunda-feira (7), em Brasília, a última audiência pública do ciclo de discussões
sobre o projeto de subconcessão da Ferrovia Norte-Sul (FNS), trecho do
Porto Nacional, no Tocantins, a Estrela d'Oeste, em São Paulo. Outros
debates presenciais já haviam ocorrido em Goiânia, Palmas, em São Paulo e
na cidade mineira de Uberlândia.
Até sexta-feira (11), os interessados em enviar contribuições sobre o tema poderão apresentá-las por meio da página da ANTT
na internet. Esse processo de consulta gerará um relatório final, o
qual embasará o leilão do trecho, previsto para ser realizado até o fim
do primeiro trimestre de 2018.
Proposta pela ANTT e pelo Programa
de Parcerias e Investimento (PPI) do governo federal, a subconcessão
poderá ser adquirida por empresas nacionais ou internacionais, de forma
isolada ou em consórcio, o que representa “uma tentativa de abrir o
mercado e trazer competição”, conforme argumentou
O superintendente de
Transporte Ferroviário da agência, Alexandre Porto. O valor de outorga
foi fixado em R$ 1,63 milhão. Quem apresentar o maior lance vencerá o
leilão e operará o trecho por um período de 30 anos, prorrogável por
mais 30. O governo espera arrecadar R$ 1,5 bilhão com a transferência
das operações para o setor privado, que deverá investir R$ 3,08 bilhões
posteriormente.
Na audiência em Brasília, ganhou destaque a
questão do compartilhamento da infraestrutura e dos recursos
operacionais entre diferentes operadores de transporte ferroviário. Isso
porque o chamado direito de passagem permitirá que uma empresa use
trechos operados por outras para ter acesso aos portos de Santos, em São
Paulo, e do Itaqui, no Maranhão.
A ANTT assegurou que essa
situação será regulada, antes mesmo da licitação, a partir da realização
de termos aditivos aos contratos com as concessionárias Estrada de
Ferro Carajás, Ferrovia Norte-Sul S.A., Ferrovia Transnordestina
Logística S.A. e Rumo Malha Paulista S.A.. Nesse processo, também serão
fixados os valores das tarifas de compartilhamento. Possíveis
investidores questionaram a quantia que deverá ser paga pelas operadoras
para exercer esse direito e os termos da negociação. Já a agência
afirmou que as tarifas poderão ser recalculadas durante a elaboração do
parecer técnico final.
A minuta do contrato que está sendo
trabalhada pela ANTT estabelece que a subconcessionária deverá efetivar
investimentos diversos ao longo da duração dos contratos; desenvolver,
permanentemente, mecanismos para expansão de sua malha; devolver ao
Estado os bens reversíveis, sem direito a indenização, ao término dos
contratos; entre outras obrigações. De acordo com a proposta, a própria
subconcessionária é que será responsável pelo monitoramento das suas
atividades. Alexandre Porto explicou que o objetivo desse formato é
reduzir os custos da atuação da agência e informou que a
subconcessionária terá de contratar empresa de auditoria externa, que
produzirá os relatórios anuais que serão analisados anualmente pela
ANTT.
A demanda potencial da ferrovia no início da subconcessão é
prevista em 1,2 milhão de toneladas, mas pode chegar a cerca de 8
milhões de toneladas em 2020. O leilão é cercado de
expectativas, pois a Ferrovia Norte-Sul é considerada, tanto pelo
governo quanto pelo setor privado, como fundamental para a articulação
da logística da produção no Brasil.
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