Pouco mais de 24 horas após a queda de 45 contêineres de um navio,
que aguardava para realizar manobra de entrada no Porto de Santos,
agentes ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram um sobrevoo por toda a
região costeira da Baixada Santista, na tarde deste sábado (12). O
objetivo da operação era verificar possíveis encalhes e eventuais
resíduos provenientes do acidente, que ocorreu na madrugada de
sexta-feira (11).
De
acordo com a analista ambiental Ana Angélica Alabarce, que integra o
grupo de emergências do órgão, que fala na queda de 47 cofres,
aparentemente, não foi identificado derramamento de substâncias no mar.
Porém, uma grande quantidade de isopor foi avistada, durante o sobrevoo,
em uma faixa rochosa de São Vicente. "Não há sinais de produtos
perigosos e oleosos no mar".
À
Reportagem, a analista ambiental informou ainda que a empresa
proprietária do navio, a Log In Pantanal, já foi notificada e fará o
recolhimento do material. Ainda conforme Ana Angélica, a companhia teria
se comprometido a enviar, ainda neste sábado, um relatório informando a
mercadoria armazenada em cada um dos contêineres à deriva, para que
dessa forma, pudessem ser iniciadas as investigações. Segundo
Com a queda dos contêineres, mercadorias ficaram espalhadas pelo mar (Foto: Divulgação/Polícia Militar) |
A
queda das caixas metálicas no mar ocorreu durante a madrugada da última
sexta-feira. Em nota, a proprietária do navio afirmou que os
contêineres se desprenderam devido ao mau tempo, quando a embarcação
aguardava para entrar no Porto de Santos. Segundo a armadora, ninguém se
feriu na hora do incidente.
A
embarcação havia concluído operação no terminal Embraport, na Margem
Esquerda, e retornou para a Barra. Lá, aguardava, no fundeadouro 3, para
retornar ao cais santista para uma nova operação.
Após
o incidente, por questões de segurança, a Capitania dos Portos de São
Paulo (CPSP) determinou a interrupção do tráfego no canal de navegação
do Porto por quatro horas. A situação só foi normalizada às 8h30. Porém,
pouco tempo depois, a Autoridade Portuária voltou a interromper a
circulação marítima, porque as cargas foram transportadas com o
movimento da maré e prejudicavam a segurança da navegação.
Alguns
contêineres abriram e parte das mercadorias transportadas se espalharam
pelo mar. Bicicletas, mochilas, roupas e até aparelhos de ar
condicionado estavam entre as cargas armazenadas. Ao menos 11 pessoas
foram detidas em flagrante por saquearem produtos
que boiavam na barra de Santos. Entre os itens recuperados estavam
eletrônicos, eletrodomésticos, pneus de bicicletas e peças de
vestuário.
Contêineres, segundo armadora, se desprenderam devido ao mau tempo (Foto: Alberto Marques/AT) |
Procurada,
a Prefeitura de Guarujá informou que desde que a situação foi
identificada, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente vem monitorando os
impactos do acidente por meio do Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) e
de sua fiscalização. Até o momento, foi identificada grande quantidade
de isopor, material plástico, malas e até a carcaça de um contêiner na
Praia Saco do Major.
Em nota, a
Administração Municipal esclarece que já entrou em contato com
representantes da proprietária do navio, exigindo a limpeza imediata das
praias, sob pena de multa diária, além de um plano de mitigação dos
danos ambientais.
A
Prefeitura diz ainda que está intimando a Companhia Docas do Estado de
São Paulo (Codesp) a esclarecer quais foram as providências tomadas, e
pedindo informações à Marinha e à Praticagem para saber o que motivou o
acidente e quais medidas ambientais serão tomadas.
A
Secretaria de Meio Ambiente aguarda um posicionamento oficial das
autoridades portuárias a respeito dos produtos que estavam dentro desses
contêineres. (Fonte: Tribuna de Santos)
Nenhum comentário:
Postar um comentário