A gigante do varejo eletrônico Amazon, depois de assinar no início do ano um acordo nos Estados Unidos para obtenção de uma frota de 20 aviões cargueiros B767
e da obtenção, ao fim do ano passado, de licença para operar como NVOCC
e agente de navegação em rotas entre a China e os Estados Unidos, foi questionada na semana passada por
especialistas sobre os planos referentes à atividade logística, após a
publicação dos resultados do primeiro trimestre de 2016.
Os
analistas pediam para que o vice-presidente e CFO da companhia, Brian
Olsavsky, comentasse sobre a capacidade recentemente acrescentada à
atividade logística da Amazon, especialmente com a nova frota marítima e
aérea, e se a empresa cogitava algum dia passar a realizar entregas
para outras empresas, concorrendo com as gigantes americanas FedEx ou
UPS.
Ao que ele respondeu: “o motivo pelo qual aumentamos a capacidade
logística da empresa era atender aos nossos clientes com mais agilidade e
prover as entregas mais rápidas, e, para tanto, precisamos aprimorar a
nossa capacidade com vistas a suplementar a de nossos transportadores e
parceiros. Eles continuam sendo grandes parceiros, assim como sempre
foram, e continuarão a ser no futuro, porém enxergamos algumas
oportunidades para incrementar os nossos serviços, e estamos preenchendo
esses nichos”.
Em entrevista realizada por meio de conference call
pela IHS Fairplay, em 29 de abril, o diretor de investimentos da
Amazon, Phil Hardin, também comentou sobre os investimentos da empresa
em logística terrestre nos EUA, enfatizando que as compras se limitaram a
trailers, e não caminhões. “A maior parte delas serve para cobrir
percursos entre os centros de armazenagem e os centros de triagem”,
explicou, garantindo que os trailers permitem mais flexibilidade e
economia na distribuição da empresa, que irá continuar a contratar
transportes rodoviários.
Mesmo
assim, as empresas de logística e transitários permanecem atentos às
ambições da Amazon na direção da atividade logística que, de acordo com
um relatório publicado pela a Bloomberg News no início do ano, tende a
ir muito mais além. Em fevereiro de 2016, a Bloomberg divulgou um
relatório da Amazon datado de 2013, segundo o qual um dos membros
administrativos da companhia havia proposto uma expansão global bastante
agressiva nos serviços que incluíam armazenagem, embalagem e remessa de
cargas.
O relatório vislumbrava uma rede global de entregas que
controlasse o fluxo de mercadorias desde as fábricas na China e na Índia
até a porta do consumidor em Atlanta, Nova York e Londres. Na
reportagem, a Bloomberg garantia que o chamado “Projeto Gragon Boat”
estava em andamento, de acordo com uma fonte que declarava conhecer a
operação.
Ainda de acordo com o relatório, os planos da Amazon
culminariam com o lançamento de um novo empreendimento chamado “Global
Supply Chain by Amazon”, no início de 2016. A nova iniciativa colocaria a
Amazon no centro do mercado logístico mundial, com uma movimentação
gigantesca de cargas no mundo todo, garantindo melhores negociações de
espaço em caminhões, aeronaves e navios.
“Nossos vendedores não vão mais
agendar seus embarques com a DHL, UPS ou Fedex, mas sim diretamente com
a Amazon”, dizia o conteúdo divulgado pela Bloomberg acerca do
relatório produzido em 2013, que mencionava também que a empresa
pretendia se associar com transportadores terceirizados para construir
uma rede global, e em seguida gradualmente dispensá-los, na medida em
que os negócios ganhassem volume suficiente, e a Amazon aprendesse o
suficiente para administrar a iniciativa por conta própria.
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