A construção do Terminal Graneleiro da Babitonga (TGB), um dos principais
investimentos marítimos em andamento no Estado de Santa Catarina, transformou-se em batalha
judicial entre dois dos três sócios do empreendimento.
O Estado de S.Paulo
informou que o empreendedor local, a família Fernandes, de São Francisco do Sul,
rescindiu unilateralmente o acordo com o árabe Jamal Majid Ahmad Al Ghurair,
controlador da maior refinaria de açúcar do mundo e um dos maiores compradores
de açúcar do Brasil.
O caso corre em segredo de Justiça, em São Paulo. O desentendimento está
relacionado à renegociação de bases do contrato, envolvendo diferença de valores
previstos no projeto original de construção da obra, da ordem de R$ 500 milhões,
para estimativa de R$ 1,3 bilhão. Existe também a suspeita, por parte dos
Fernandes, de que os árabes poderiam estar pouco empenhados com o projeto.
Segundo o diário paulista, a briga ganhou a corte internacional, depois que a
outra parte solicitou a instalação de um tribunal arbitral internacional, além
de entrar com processos na Justiça paulista, tendo conseguido duas decisões
liminares em seu favor. Procurada, a família Fernandes não quis comentar o
assunto, alegando que o caso corre em segredo de Justiça.
Sobre as etapas do projeto, Alexandre Fernandes informou que, no dia 1º de
março, foi protocolado o pedido de licença de instalação no órgão ambiental e o
processo está em tramitação. Ele assegurou que “o empreendimento continua”.
O outro parceiro no negócio é a holandesa Nidera Sementes, que importa grãos
da América do Sul para a Europa. A Prefeitura de São Francisco também preferiu
não comentar o caso. Por meio de nota, declarou que não recebeu qualquer
informação sobre alterações nos planos do empreendimento e que os prazos seguem
conforme as informações fornecidas pelo TGB.
O terminal graneleiro privado foi concebido com o objetivo de atender à
demanda de exportação, principalmente de açúcar e grãos, para países como os
Emirados Árabes Unidos e a China. A capacidade de armazenagem estática é de 1
milhão de toneladas de açúcar, 500 mil toneladas de grãos (soja ou milho) e 155
mil toneladas de farelo de soja. A expectativa é de que, na fase de instalação,
sejam gerados aproximadamente mil empregos diretos nos períodos de maior
demanda. Na fase operacional, a previsão é de 262 novos postos de trabalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário