sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Presidente da Safmarine Brasil aposta na ampliação dos negócios com a África

         O diretor-presidente da Safmarine no Brasil, Dirk Van Hoomissen, disse que “o Brasil no geral ainda está avaliando a África como um mercado secundário, para realmente aproveitar as oportunidades que ela tem a oferecer, ele precisa começar a olhar para o continente africano como um mercado principal”. Segundo o executivo, a África representa uma oportunidade diversificada com mais de um bilhão de consumidores e um grande número de países com alto desempenho do PIB.
         Van Hoomissen ressaltou que as oportunidades seriam ainda maiores caso o Brasil se empenhasse em criar acordos comerciais para expandir o crescimento do comércio exterior de commodities e produtos manufaturados. Para ele, uma maior integração com os mercados externos não seria a solução para o aumento de oportunidades do Brasil, mas poderia ser um elemento de grande contribuição.
         “O que é importante é que o Brasil comece a olhar para a África como um país de oportunidades. O Brasil precisa começar a fazer acordos bilaterais, porque isso abriria portas para o país”, observou Hoomissen. Na sua avaliação, mesmo com as dificuldades que o mercado traz, ainda vale pelas oportunidades que ele pode oferecer ao País.
         “A África tem uma classe média crescente, está melhorando infraestrutura, qualidade de vida, entre outros, então tudo que tudo que o Brasil precisa está lá. O PIB da África ainda está em crescimento, então todos os elementos que precisamos para aumentar as oportunidades estão lá. O Brasil não pode mais se dar ao luxo de não olhar para a África”, explicou.
         Os volumes entre o Brasil e 38 países africanos aumentaram 8,5% no primeiro semestre de 2015 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Segundo Hoomissen, esse crescimento teria sido mais elevado se não houvessem problemas em relação ao petróleo. “Alguns países produtores de petróleo, como Angola e Nigéria, impuseram restrições cambiais na contramão da queda dos preços do petróleo, impactando a demanda de importações”, frisou.
         Empresas dos setores de aves, açúcar, máquinas e madeira estão se concentrando em grandes mercados, incluindo África do Sul, Gana, Guiné e Benin. A remoção de restrições tributárias sobre produtos como açúcar e óleo alavancaram oportunidades comerciais entre o Brasil e diversos países da África, em especial a África do Sul, onde os produtos brasileiros tem se tornado mais atrativo, salientou o executivo.

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