sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Gradim acerta venda de participação societária na Odebrecht depois de cinco anos de disputa

         Cinco anos após o início de uma das maiores disputas societárias do Brasil, as famílias Gradin e Odebrecht podem estar próximas de um acordo. Os Gradin decidiram exercer o direito de venda de 20,6% de participação que detêm na Odebrecht Investimentos (Odbinv), holding que controla o grupo. Em 14 de setembro, a Graal Investimentos, holding da família Gradin, encaminhou uma correspondência privada à Kieppe, que representa a família do grupo baiano, comunicando a decisão de se desfazer dessa fatia.
         Essa decisão mostra uma mudança de estratégia dos Gradin. As duas famílias foram sócias por quase 30 anos, mas se desentenderam em 2010 porque a Kieppe quis exercer a opção de compra da fatia de 20,6% da Graal. Os Odebrecht ofereceram cerca de US$ 1,5 bilhão por essa fatia.
         Na época, os Gradin não quiseram vender por discordarem do exercício de opção de compra, que constava do acordo de acionistas assinado em 2001. Eles pediram a instauração de arbitragem para resolver o desentendimento. Já os Odebrecht entendiam que a cláusula tinha de ser cumprida e foram à Justiça para garantir que os Gradin aceitassem a proposta.
         Depois de muitas idas e vindas, o caso foi parar, em 2013, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas ainda está parado, aguardando o voto do ministro João Otávio de Noronha. O ministro dará o voto de desempate que indicará se o caso será resolvido por arbitragem ou na Justiça.

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