quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Calados máximos no Porto de Santos podem ser revistos até o final do mês

         Os calados máximos permitidos nos berços de atracação do porto de Santos poderão ser revistos até o final do mês, por causa de determinação da Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), que passará a valer no próximo dia 30. A partir desta data, os terminais poderão ampliar essa medida se comprovarem a existência de lama fluida no fundo do ponto de atracação. Além disso, os armadores deverão confirmar estar cientes das condições de cada instalação. 
         Os dois critérios para a mudança do cálculo do calado foram propostos pela Capitania há cerca de um ano, em outubro do ano passado. Atualmente, a Codesp calcula o calado a partir da profundidade mínima do berço, descontando 30 centímetros referentes à margem de segurança operacional. Nessa regra, se a fundura do ponto de atracação é de 14 metros, por exemplo, navios com calado de até 13,7 metros podem atracar ali, em períodos de maré baixa. Na maré alta (quando seu nível fica um metro mais alto), o calado máximo dos cargueiros pode ser a profundidade do berço.
         Agora, de acordo com o capitão-de-mar-e-guerra Ricardo Fernandes Gomes, comandante da CPSP, cada caso será analisado separadamente. A medida visa evitar que cargueiros toquem o fundo do canal do estuário após o carregamento das embarcações em períodos de maré baixa. Para isso, os terminais deverão apresentar um estudo para comprovar a existência de lama fluida no fundo do berço em questão. Trata-se de sedimentos finos com baixa densidade, normalmente presentes no leito de portos estuarinos, como o de Santos. Nesses casos, é possível que o navio “afunde” na lama sem qualquer risco a seu casco.
         O outro critério envolve a comprovação, por parte dos terminais, de que os armadores (os donos dos navios) estão cientes das condições operacionais do berço de atracação. Trata-se da chamada cláusula Naabsa (sigla de Not Always Afloat But Safely Aground ou, na tradução do inglês, Nem Sempre à Tona, mas Encalhado com Segurança). Ela atesta a condição de o navio, ao tocar o fundo, alcançar sedimentos macios.
         Até agora, de acordo com o capitão dos portos, só dois terminais apresentaram os estudos solicitados para comprovar a presença de lama fluida. Um deles foi aprovado e outro ainda precisa ser complementado. Caso alguma instalação não o apresente, será mantida a regra dos 30 centímetros de segurança.  

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