segunda-feira, 17 de junho de 2019

Port Community Systems é alternativa para melhorar eficiência na cadeia logística, diz BID


            O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) afirmou que os portos marítimos, aéreos e terrestres da América Latina e Caribe precisam ser mais eficientes e aproveitar as novas ferramentas tecnológicas para competir no comércio mundial. Em comunicado, a instituição explicou que poucos países da região, como Chile, Jamaica, Panamá e Brasil, estão implementando medidas em seus sistemas portuários conectando-os digitalmente, situação diferente da Europa, onde a maioria das nações começaram a adotá-los ainda nos anos setenta.
         Segundo o BID, os países da América Latina e Caribe poderiam inovar e aproveitar as vantagens que oferece a transformação digital para tornar seus portos mais eficientes, sem a necessidade de gastar fortunas em infraestrutura. Isto se daria a partir da relação entre os operadores públicos e privados, que formam a comunidade portuária, na qual cada um pode ser considerado um departamento de uma empresa virtual, unida por seu interesse comum no transporte marítimo, terrestre e aéreo.
           A eficiência da coordenação e colaboração entre estas dependências resulta essencial para que a carga se entregue em algum lugar de destino a tempo e com preço competitivo, explica a análise do BID. Neste sentido, o Banco destacou que a maioria destas comunidades no continente enfrenta problemas por não estarem alinhadas com a transformação digital da indústria do transporte.
        Os portos marítimos, de acordo com a instituição, têm escassa utilização tecnológica de informação. Mantêm setores fragmentados, com muitas ferramentas de diversos sistemas, uma quantidade desnecessária de canais de comunicação, obstáculos para detectar erros de origem na informação, uso intensivo de transações manuais, exagero de reintrodução de dados e traslados (no caminhão), supérfluos e não aproveitados.
        De acordo com a entidade, para melhorar a eficiência, sem necessidade de fazer grandes investimentos de capital, uma das melhores práticas é a adoção de um Sistema de Comunidade Portuária, o Port Community System (PCS), uma plataforma eletrônica que permite o intercâmbio inteligente e seguro de informação entre todos os participantes dos setores público e privado. Este sistema possibilita otimizar, gestionar e automatizar os processos logísticos através de um único envio de dados que conecta as cadeias logísticas e de transporte.
         Os PCS proporcionam uma capa de interoperabilidade para o intercâmbio de informação, simplifica a comunicação entre as diversas entidades, e ajuda a melhorar o fluxo de trabalho dentro e fora das organizações da comunidade portuária. E isto, por sua vez, elimina burocracia e desperdício e aumenta a eficiência. Cabe destacar que o PCS não compete necessariamente com os sistemas já praticados pelos atores da comunidade, já que busca mais bem integrar em uma plataforma toda a informação necessária para os processos da cadeia de valor. Parte desta informação já está disponível em outros sistemas, como os dos terminais, os de registros aduaneiros e os documentos únicos eletrônicos de comércio exterior.
          Os benefícios de um PCS incluem custos menores de acesso a informação e a comunicação, redução das transações ilegais e menor taxa de erros e inconsistências nos dados, indicou o BID. Além disso, os benefícios adicionais que trazem a cada tipo de usuário, a comunidade lucra com os aperfeiçoamentos: redução do tempo de comercialização, graças aos serviços de reserva, manejo e acompanhamento, capacidade de localização e acompanhamento do processo de envio porta-a-porta, simplificação das declarações para obter as licenças de comércio mediante o uso de serviços e PCS para ajudar no despacho da carga.
          Contribui, também, para o despacho automatizado no porto, informação adicional que permite que os transportadores e os caminhoneiros planifiquem melhor os traslados, melhorando os prazos de entrega, diminuindo a quantidade de trâmites e de intercâmbios de documentação, o manejo rápido de grandes quantidades de informação e eliminação de dados redundantes por meio de interfaces entre sistemas, o que resulta em mais confiança na aquisição de dados. (imagem do porto de Valparaíso, Chile, onde já está sendo aplicado o PCS)
       


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