quarta-feira, 1 de junho de 2016

Pesquisa revela que empresários temem eventual saída do Reino Unido da União Europeia



         Há menos de um mês para a data do referendo que irá discutir uma possível saída do Reino Unido da União Europeia, uma nova pesquisa da International Business Report (IBR), da Grant Thornton, revelou que a comunidade empresarial europeia teme o impacto que o chamado Brexit teria sobre a economia do continente.
        A Grant Thornton perguntou aos líderes de negócios em toda a Europa sobre o impacto do Brexit. Cerca de oito em cada dez (79%) dos entrevistados na zona do euro disseram acreditar que um Brexit teria um impacto negativo; Menos de 4% acreditam que seria positivo.
         No próprio Reino Unido, a grande maioria das empresas (68%) admitiu que o Brexit terá um impacto negativo sobre a Europa. Os números também foram elevados entre as empresas em países com relações comerciais de longa data com o Reino Unido, incluindo a Irlanda (96%) e a Alemanha (89%).
       “Ainda é cedo para avaliar se este movimento de saída da Inglaterra pode causar um impacto importante nas relações comerciais com o Mercosul. Atualmente mesmo na Comunidade Europeia ainda há muitas divergências entre pros e contras sobre esta saída e seus efeitos bilaterais. O Mercosul poderá sobre algum impacto em caso de um eventual crescimento nas relações”, explicou Daniel Maranhão, sócio líder de auditoria e consultoria da Grant Thornton Brasil.
         Ao serem questionados sobre quais seriam as prioridades de investimento da Europa para 2020 como estratégia de crescimento, em sua maioria (33,4%), os consultados da zona do euro manifestaram a opinião de que a saída passa pelo apoio às pequenas e medias empresas. 28, 1% acreditam que a prioridade deva ser investimento em formação, inovação e educação.
        Na avaliação de Maranhão, este cenário traz um paralelo com o Brasil uma vez que as PME’S brasileiras assumem parte cada vez mais relevante no PIB e na empregabilidade do país. “Assim como a pesquisa apontou o fomento às PMES como solução para o crescimento econômico de países na zona do Euro, no Brasil, este incentivo é fundamental, tendo em vista a crescente participação desta faixa de empresas no PIB e seu impacto na empregabilidade do País”, explica.
         Além da possibilidade de o Reino Unido deixar a UE, a Grant Thornton também pediu aos líderes empresariais para nomear os outros fatores que podem representar ameaça para a estabilidade econômica da região. Dentro da zona do euro, as principais preocupações destacadas foram o baixo crescimento econômico (25%) e elevada taxa de desemprego (19%).  Questões como a deflação (13%) e migração para a UE (10%) foram citados com menos frequência.
         No Reino Unido, as empresas citaram principalmente a dívida nacional como o maior desafio para a estabilidade econômica na EU. Uma em cada três empresas, afirmou que esta era a sua principal preocupação (29%).
         Apesar dessas preocupações, no entanto, o IBR também destacou o otimismo empresarial europeu. O otimismo econômico para se fazer negócios da zona do euro chegou aos 31% no 1º trimestre de 2016, superior ao valor global para o mesmo período (26%). Nesta pesquisa o Brasil foi apontado como o terceiro país menos otimista. Países da zona euro também relataram boas expectativas de emprego para os próximos 12 meses (25%), uma métrica que se manteve estável em relação ao ano passado.

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