A nova rodada de concessões que o governo do presidente em
exercício Michel Temer (PMDB) pretende tirar do papel deve abrir grande
oportunidade no mercado de capitais, afirmou o diretor de Relações com
Investidores do Itaú Unibanco, Marcelo Kopel. Os bancos privados,
contudo, tendem a ter participação menor nos financiamentos,
provavelmente focados na fase inicial dos projetos.
"Temos oportunidade grande no mercado, onde os bancos têm papel
importante, mas principalmente na fase pré-operacional", disse Kopel
durante reunião com investidores promovida pela Apimec no Rio. "Ainda
não temos claro qual vai ser o papel. O governo está sinalizando algumas
coisas, mas temos que ver de forma concreta como vai ser essa atuação",
ressalvou.
Segundo Kopel, o sistema financeiro dificilmente carregará consigo
ativos de longo prazo, como é o caso das concessões. Os investidores
institucionais, como fundos, devem ter apetite maior por esse tipo de
investimento. O Itaú, porém, deve fazer uma análise caso a caso,
explicou o diretor.
"O mercado de capitais tem uma fantástica oportunidade para se
desenvolver no Brasil. À medida que você deixa o mercado se desenvolver,
ele vai achando as soluções e os instrumentos que permitam que você
tenha financiamentos de longo prazo e os investidores de longo prazo
para fazer esse tipo de financiamento", disse.
"Quando você tem um banco que supre isso, fica mais fácil ir nesse
banco. À medida que o banco está menos presente, isso permite que o
mercado se desenvolva mais. Mas é algo que não acontece do dia para a
noite", acrescentou.
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