quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Calçadistas brasileiros não são os únicos a se preocupar com a ameaça do produto chinês

         Os calçadistas brasileiros não são os únicos que estão preocupados com a ameaça representada  pelo produto chinês. No último dia 4, o Financial Times publicou matéria sobre a resistência da Itália quanto à iminente possibilidade de a China ser reconhecida como uma economia de mercado a partir do final de 2016, tornando proibidas as aplicações de ferramentas de defesa comercial contra as práticas desleais impostas por aquele mercado. A pressão italiana é para que a União Europeia  siga retaliando práticas de dumping chinesas, o que não seria possível se a China fosse reconhecida como uma economia de mercado. 
        Na reportagem do jornal inglês, o Embaixador e vice-ministro italiano para Desenvolvimento Econômico, Carlo Calenda, disse que o bloco de 28 países europeus cometerá um erro se optar por um “desarme unilateral”. Advertiu que a medida deveria provocar um aumento das práticas desleais. 
         O presidente-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, que comemora o parecer favorável para a continuidade de investigação sobre a extensão do direito antidumping contra o calçado chinês, publicado no final de setembro, afirmou que a preocupação é legítima de todo o país que, como uma economia de mercado, cumpre as condições de comércio estabelecidas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC).
         Segundo ele, para qualquer desses países a abertura para o produto chinês traria enormes prejuízos econômicos e sociais. “A China, definitivamente, não é uma economia de mercado, pois não cumpre minimamente as condições estabelecidas no âmbito da OMC. Caso esse reconhecimento prospere sem a implementação de mecanismos de defesa, teremos prejuízos irreparáveis para a indústria do Ocidente, especialmente a de manufaturados, caso da calçadista”, avalia.

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