A Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados) divulgou dados apontando que, entre janeiro e
julho, as exportações de calçados somaram o embarque de 86,87 milhões de pares,
que geraram US$ 763,4 milhões, incremento tanto em volume (+31,8%) quando em
receita (64,8%) em relação ao mesmo período do ano passado. Segregando apenas o
mês de julho, quando foram embarcados 12 milhões de pares por US$ 111,84
milhões, o aumento é de 35,3% em pares e de 50,8% em receita na relação com o
mesmo mês de 2021.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que os mercados latinoamericanos têm sido determinantes para a dinâmica de crescimento das exportações brasileiras de calçados. “O Brasil tem se beneficiado, no cenário de encarecimento do frete marítimo internacional, da proximidade logística com o grupo de países, que vem importando mais do Brasil e menos da Ásia”, conta o executivo, ressaltando que, entre janeiro e julho, as exportações para países da América Latina cresceram 76,3% em valor, e 39,3% em volume em relação ao mesmo período do ano anterior, portanto acima da média geral.
“O grupo de países representou 44% dos pares exportados pelo Brasil nos
sete primeiros meses do ano. Entre os 10 principais destinos, sete são da
América Latina”, avalia Ferreira. O principal destino do calçado brasileiro no exterior segue sendo os Estados
Unidos. Entre janeiro e julho, as exportações para lá somaram 13 milhões de
pares, que geraram US$ 208,3 milhões, incrementos de 67,3% em volume e de 90,7%
em receita na relação com o mesmo ínterim do ano passado. Segregando apenas o
mês de julho, foram embarcados para os Estados Unidos 1 milhão de pares por US$
26,5 milhões, queda de 25% em volume e aumento de 24,9% em receita na relação
com o mês sete de 2021.
Apesar da resolução do Banco Central da República Argentina (BCRA) publicada no
último dia 27 de junho alterando as condições de acesso ao Mercado único de
Câmbio para pagamento de importações, que libera os pagamentos das mercadorias
importadas somente após 180 dias, o país vizinho segue sendo o segundo destino
do calçado brasileiro no exterior. Entre janeiro e julho, foram embarcados para
lá 10,2 milhões de pares, que geraram US$ 109,8 milhões, aumentos tanto em
volume (+66,8%) quanto em receita (+91%) em relação ao intervalo correspondente
de 2021. Segregando apenas o mês de julho, os embarques para a Argentina
somaram 2 milhões de pares por US$ 19,13 milhões, aumentos de 94,2% em volume e
de 105% em receita na relação com julho do ano passado. “Muito provavelmente
eram negócios que já haviam sido realizados antes da resolução. Vamos aguardar
os próximos meses para ter noção exata do efeito da medida. O certo é que o
calçado brasileiro possui grande demanda naquele mercado”, explica Ferreira.
O terceiro destino do calçado brasileiro nos sete meses foi a França.
No
período, foram embarcados para lá 4,87 milhões, que geraram US$ 40,9 milhões,
altas tanto em volume (+21,4%) quanto em receita (+19,6%) em relação ao mesmo
intervalo do ano passado. Em julho, as exportações para a França somaram 276,4
mil pares, pelos quais foram pagos US$ 4 milhões, quedas de 57,7% em volume e
de 34,3% em receita no comparativo com o mesmo mês de 2021.
Respondendo por quase 47% do valor gerado pelas exportações de calçados
brasileiros, o Rio Grande do Sul é o principal exportador do setor. Entre
janeiro e julho, as fábricas gaúchas embarcaram 25,6 milhões de pares, que
geraram US$ 357,63 milhões, incrementos tanto em volume (+55,2%) quanto em
receita na comparação com o período correspondente de 2021. Segregando apenas o
mês de julho, as exportações gaúchas somaram 3,94 milhões de pares, pelos quais
foram pagos US$ 58,23 milhões, altas de 60% e 64%, respectivamente, ante o
mesmo mês do ano passado.
O segundo estado exportador do período foi o Ceará, de onde partiram 25,64
milhões de pares por US$ 158 milhões, incrementos de 28,3% em volume e de 42,2%
em receita na relação com o mesmo período do ano passado. Somente no mês de
julho, as fábricas cearenses embarcaram 3,15 milhões de pares por US$ 15
milhões, alta de 53,7% em volume e queda de 3,5% em receita ante o mesmo mês do
ano passado.
Na terceira posição do ranking de exportadores aparece São Paulo. Entre janeiro e julho, as fábricas paulistas exportaram 6,2 milhões de pares por US$ 77,83 milhões, incrementos tanto em volume (+29%) quanto em receita (+57,8%) em relação ao mesmo intervalo do ano passado. No mês de julho, as exportações paulistas somaram 1,3 milhão de pares e US$ 12,9 milhões, altas de 139% e 109%, respectivamente, ante o mês sete de 2021.
Minas Gerais completa o ranking dos quatro primeiros exportadores brasileiros
do setor. Entre janeiro e julho, as exportações mineiras somaram 8,15 milhões
de pares e US$ 50 milhões, altas de 39% em volume e de 85,3% em receita na
relação com o mesmo período do ano passado. Em julho, os embarques somaram
970,7 mil pares e US$ 7,52 milhões, incrementos de 12% e 81%, respectivamente,
ante o mesmo mês de 2021.
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