A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) divulgou dados apontando que, no primeiro bimestre do ano, foram embarcados 26,77 milhões de pares, que geraram US$ 219,78 milhões, queda de 2,9% em volume e incremento de 5,1% em receita no comparativo com o mesmo período do ano passado. Segregando apenas o mês de fevereiro, as exportações somaram 12,14 milhões de pares por US$ 101,85 milhões, quedas tanto em volume (-10,6%) quanto em receita (-5,6%) em relação a fevereiro de 2021.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, avalia que a queda registrada no último mês passa pela redução dos embarques para os Estados Unidos, principal destino do calçado brasileiro no exterior, e pela desaceleração da economia mundial. “Os embarques brasileiros para os Estados Unidos vêm apresentando retração desde o segundo semestre de 2022, seguindo uma tendência de redução geral das importações daquele país”, ressalta. Segundo o executivo, o mercado norte-americano passa por um momento de retração, elevação da inflação e crescimento de estoques. “No ano passado, as importações de calçados cresceram mais de 33%, muito mais do que o varejo norte-americano no período (+1,1%)”, acrescenta.
No bimestre, o principal exportador de calçados do Brasil foi o Rio Grande do
Sul. No período, as fábricas gaúchas embarcaram ao exterior 5,78 milhões de
pares, que geraram US$ 87,84 milhões, quedas tanto em volume (-16,5%) quanto em
receita (-3,6%) em relação ao mesmo período de 2022.
O segundo exportador do setor no período foi o Ceará, de onde partiram 10,57
milhões de pares que geraram US$ 64,94 milhões, incrementos tanto em volume
(+1%) quanto em receita (+10,3%) em relação ao mesmo intervalo de 2022.
Na terceira posição entre os exportadores de calçados apareceu a Paraíba. No
bimestre, as fábricas paraibanas embarcaram 5,18 milhões de pares, pelos quais
receberam US$ 19,5 milhões, incrementos de 17,5% em volume e de 51% em receita
na relação com o mesmo período do ano passado.
Na quarta posição apareceu São Paulo. Nos dois meses, partiram das fábricas
paulistas rumo ao exterior 1,2 milhão de pares, que geraram US$ 18,42 milhões,
queda de 5,6% em volume e alta de 2,6% em receita no comparativo com o mesmo
período de 2022.
No mês de fevereiro, pela primeira vez em 27 anos, ou seja, em toda a série
histórica, a Argentina importou mais calçados brasileiros do que os Estados
Unidos. No mês dois, os hermanos importaram 961,6 mil pares de calçados por US$
17,3 milhões, incrementos tanto em volume (+8,2%) quanto em receita (+51,3%) em
relação ao mesmo mês de 2022. No bimestre, os hermanos importaram 1,7 milhão de
pares por US$ 30,12 milhões, aumentos de 1,8% e 66,4%, respectivamente, ante o
mesmo período do ano passado.
Com quedas registradas tanto em volume (-62,4%) quanto em receita (-50,7%) em
fevereiro, no comparativo com o mês correspondente de 2022, os Estados Unidos
importaram 879,2 mil pares verde-amarelos, pelos quais foram pagos US$ 17
milhões. No bimestre, as fábricas brasileiras somam o embarque de 2,14 milhões
de pares para lá, que geraram US$ 40,43 milhões, quedas de 47,7% e 33%,
respectivamente, ante mesmo ínterim do ano passado.
A Espanha é outra surpresa no ranking do mês de fevereiro, tendo ultrapassado a
França na terceira colocação entre os destinos. No mês passado, os espanhóis
importaram 2,35 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 7 milhões,
expressivos incrementos de 492,7% em volume e de 473,6% em receita na relação
com o mês dois do ano passado. No acumulado, os espanhóis somam a importação de
4,4 milhões de pares verde-amarelos por US$ 13,9 milhões, incrementos tanto em
volume (+259%) quanto em receita (+237%) em relação ao mesmo período de 2022.
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