quarta-feira, 29 de março de 2023

Complexo do Pecém apresenta sistema de tecnologia de Inteligência Artificial para vídeo monitoramento do porto

Com o objetivo de aprimorar o sistema de videomonitoramento do Porto do Pecém, que conta com mais de 370 câmeras, o Complexo do Pecém (CIPP S.A.), em parceria com a Universidade Federal do Ceará (UFC) e Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC), apresentou os primeiros resultados do desenvolvimento de um sistema que auxiliará na gestão da qualidade das imagens geradas, especialmente nas rotinas de limpezas de câmeras. A ideia central é utilizar inteligência artificial para detecção automática de sujeira nas câmeras do Circuito Fechado de TV (CFTV), causada por fatores como maresia, névoa marinha, particulados, potencializados pela ação do vento.

A tecnologia teve sua primeira fase concluída após mais de seis meses de trabalho por parte do Laboratório de Engenharia de Sistemas de Computação (LESC) da UFC, além de pesquisadores, professores, alunos de doutorado, mestrado e graduação da universidade, e também engenheiros e técnicos do Pecém. O projeto, idealizado pelo setor de manutenção do Complexo do Pecém, segue para a sua segunda etapa, que visa melhorar o sistema e a base de informações para que o mesmo possa virar um produto interno do Porto.

Segundo Marco Ximenes, gerente de manutenção do Complexo do Pecém, o principal objetivo do projeto é otimizar o sistema de videomonitoramento e aumentar a segurança do Porto do Pecém, permitindo uma maior eficiência nos trabalhos de limpeza e redução no tempo de atendimento pela manutenção.

“Temos investido, nos últimos anos, para não só melhorar a qualidade de imagens, mas também a geração de dados. Passamos de 187 câmeras, em janeiro de 2018, para mais de 370, no mesmo período de 2023. Esse convênio, junto à UFC, é mais um passo importante que damos para tornar o videomonitoramento do Pecém ainda mais moderno e efetivo”, pontua Ximenes.

O gerente lembra, ainda, que em 2020 o Complexo do Pecém desenvolveu, com recursos próprios, um painel de monitoramento com diversos indicadores quantitativos do sistema de CFTV, como disponibilidade de câmeras, tempo de gravação, tráfego de rede, dentre outros parâmetros que monitoram, em tempo real, as condições operacionais do sistema. “Restava, no entanto, termos parâmetros sobre a qualidade dessas imagens, afetadas muitas vezes por sujeira, ofuscamentos ou problemas na própria câmera”, conclui Ximenes.

Pesquisador e um dos integrantes do LESC/UFC, Fábio Ribeiro deu detalhes de como foi feito o trabalho de desenvolvimento do algoritmo de análise dessa nova tecnologia. Segundo ele, a primeira etapa do projeto obteve “resultados bem satisfatórios”, com a identificação de demanda de qualidade dentro do sistema de CFTV do Porto do Pecém.

“Trata-se de um trabalho que envolveu pesquisa, dentro do mercado mundial, para identificação de técnicas para atingir o objetivo. Partimos, portanto, de conceitos pré-existentes e elaboramos algumas novas técnicas para poder identificar essa qualitativa, usando inteligência artificial, métricas de avaliação e algoritmos que simulam a classificação da visão humana. Dessa forma, através de um sistema de aprendizagem pregresso, foi possível identificar pontos específicos na imagem para atingir o objetivo de qualidade”, explica Ribeiro.

Ainda conforme o pesquisador, os próximos passos do projeto incluem: “re-rotulagem” para validação do modelo pelo avaliador; incremento na base de dados para evitar o desbalanceamento entre as classes; consolidação do modelo para produção; apresentação do andamento do projeto; e evolução da interface.

 

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