O diretor-geral substituto da Agência Nacional de Transportes
Aquaviários (Antaq), Mário Povia, rebateu as acusações feitas pela
Posidonia Shipping contra servidores, normas e processos da agência.
Durante a 439ª reunião ordinária, na última sexta-feira (9), Povia
destacou que uma sindicância realizada pelo Ministério dos Transportes,
Portos e Aviação Civil (MTPA) não encontrou indícios de irregulares nas
condutas dos nomes citados pela empresa. Ele acrescentou que uma
auditoria realizada no Sistema de Afretamento da Navegação Marítima e de
Apoio (SAMA) não identificou pontos relevantes a serem esclarecidos.
Povia
leu durante quase vinte minutos trechos do relatório da comissão do
MTPA, cuja apuração decorreu após o Ministério Público Federal em
Brasília (MPF-DF) abrir inquérito civil para investigar os atos
reportados na ação apresentada pela Posidonia. “Não há indícios de
cometimento de infração disciplinar por parte dos servidores”,
enfatizou. No inquérito aberto pelo MPF são citados: Rômulo Castelo
Branco (gerente de afretamento), Bruno Pinheiro (superintendente de
fiscalização), Fernando Fonseca (ex-diretor), Alexandre Gomes de Moura
(gerente da fiscalização da navegação), Rafael Duarte Ferreira da Silva
(unidade regional de Recife) e do próprio Mário Povia.
O
relatório final da comissão de investigação preliminar do MTPA foi
concluído em setembro de 2017, sugerindo o arquivamento do processo.
Povia informou que tanto esse relatório quanto o resultado da auditoria
no SAMA serão disponibilizados às autoridades e à imprensa de forma a
dar mais transparência e esclarecer dúvidas. A Antaq pretende levar as
conclusões à área técnica e ao plenário do TCU, que recentemente
proferiu decisão contrária à regulação da agência. O entendimento da
Antaq é que a decisão parece ter sido respaldada com base no inquérito
do MPF, sem levar em consideração uma sindicância "detalhada, isenta e
precisa".
Povia também lamentou declarações sobre temas
envolvendo a Antaq noticiadas recentemente pela imprensa e prometeu
impedir que a imagem da agência seja maculada na opinião pública. Ele
enfatizou que a Antaq está sistematicamente revertendo todas ações
contrárias à agência, seja na esfera judicial, seja administrativa.
"Trabalhamos arduamente nos últimos anos para integrar as páginas de
infraestrutura do Estado brasileiro, não as páginas policiais. É na
página de infraestrutura que a Antaq deve e merece estar estar",
desabafou. Clique aqui para ver na íntegra o que disse o diretor-geral ao final da 439ª reunião ordinária da Antaq.
Em depoimento ao MPF-DF em 2017, o ex-diretor geral da agência, Adalberto Tokarski, indicou uma perseguição por
parte de membros do comando da agência à empresa de navegação
Posidonia. No final de fevereiro, o plenário do TCU acatou pedido de
medida cautelar sobre indícios de irregularidades na resolução normativa
1/2015 da Antaq e determinou a suspensão parcial da norma. Na sessão, o ministro-relator do processo no TCU, Bruno Dantas, citou a expressão "coisa de mafioso", lamentada pelos servidores
da Antaq. "Não há condutas mafiosas na Antaq, tampouco se persegue
empresas ou se beneficia grupos", referindo-se à expressão utilizada
pelo ministro. "Atua-se na verdade de forma firme e isonômica, com
normas eficazes e fiscalizações eficientes, o que evidentemente pode vir
a incomodar determinadas empresas ou práticas comerciais", acrescentou
Povia.
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