A Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da
República divulgou uma nota na noite desta terça-feira (12) em que explica que o
decreto que regulamentou a exploração de portos foi debatido por um
grupo de trabalho envolvido diretamente na discussão técnica do setor e
diz que o presidente Michel Temer não teve interferência no debate e nem
exerceu qualquer pressão política que influenciasse no processo.
Segundo
a nota, o grupo era constituído pelo Ministério dos Transportes,
autarquias e quatro associações do setor e formado por mais de 25
pessoas, que fizeram cerca "30 reuniões acompanhadas pela
Advocacia-Geral da União e Controladoria do Ministério dos Transportes".
“Os
documentos produzidos ao longo de 90 dias de trabalho são públicos,
incluído gravações oficiais dos áudios das reuniões”, diz a nota, que
acrescenta que mais de 60 empresas tiveram seus processos de licitação
prorrogados com as condições de investimento e modernização dos
terminais e portos brasileiros.
Conforme a nota, Temer não teve
“interferência no debate e acatou as deliberações e aconselhamentos
técnicos, sem que houvesse qualquer tipo de pressão política que
turvasse todo esse processo.”
“Ao final de inquérito autorizado
hoje pelo ministro do STF [Supremo Tribunal Federal] Luis Roberto
Barroso, ficará provado que o presidente não tem nenhum envolvimento em
qualquer tipo de irregularidade em relação ao Decreto dos Portos
[Decreto 9.048/2017], como já ficou provado em outras apurações
mencionando este setor.”
Nesta terça-feira, Barroso decidiu abrir inquérito para
investigar o presidente Michel Temer e o ex-deputado federal Rodrigo
Rocha Loures, além de mais dois empresários, por suspeitas de crimes de
corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. O pedido de abertura de
investigação foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo
Janot, para apurar suspeitas de recebimento de vantagens indevidas dos
envolvidos pelo suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio
da edição do Decreto.
A defesa de Temer enviou,
mais cedo, manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) na qual
afirma que a empresa Rodrimar S/A não foi beneficiada pelo Decreto dos
Portos. Na manifestação, o advogado Antônio Claudio Mariz, representante
de Temer, diz também que o pedido de abertura de investigação feito por
Janot tem o objetivo de enfraquecer o governo.
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