Enquanto o Governo Federal não viabiliza um novo acesso entre a Via
Anchieta e o sistema viário da Margem Direita do Porto de Santos, o
Governo do Estado, por meio da Dersa, estudará a abertura de uma
passagem para carros e caminhões sobre a linha ferroviária na Alemoa,
como solução para situações de emergência. A medida é considerada por empresários do setor como uma alternativa
necessária, uma vez que, atualmente, a região da Alemoa conta com apenas
um acesso rodoviário.
A proposta é do presidente da Associação das Empresas do Distrito
Industrial e Portuário da Alemoa (AMA), João Maria Menano. A sugestão
foi apresentada durante sua participação no painel Acessos Terrestres do
Porto de Santos, parte da programação do Santos Export 2017 – Fórum
Internacional para a Expansão do Porto de Santos. O debate foi realizado
na tarde de ontem, com mediação da editora-chefe de A Tribuna, Arminda
Augusto. Organizado pelo Grupo Tribuna e pela Una Marketing de Eventos, o evento ocorreu no Mendes Convention Center, em Santos.
Segundo Menano, em situações de emergência, sem o atual acesso entre a
rodovia e a Margem Direita e não havendo a transposição ferroviária,
fica-se isolado na Alemoa. Ele disse que a passagem sobre os trilhos
poderia ficar fechada pela Dersa ou Prefeitura, sendo liberada em
situações pontuais, como congestionamentos.
O diretor-administrativo da Dersa, Fellipe Babbini Marmo, que
participou do painel, afirmou que, antes, será preciso consultar a
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT, que é a reguladora do
sistema ferroviário) sobre a proposta.
Conforme Marmo, também será necessário avaliar se o trecho está em
área do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) ou da concessão da
Ecovias, a concessionária do Sistema Anchieta-Imigrantes, ou em local da
Prefeitura. “Nada impede de estudarmos esse assunto”, concluiu ele.
Já o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), disse no
painel que anunciará, até o fim do ano, uma destinação da área do antigo
Lixão da Alemoa, incluindo uma faixa entre o Viaduto da Alemoa e o
antigo aterro.
Menano, que cobrou uma destinação para o local, lembrou que essa
gleba pertence à Prefeitura e tem 3,5 quilômetros de comprimento por 20
metros de largura.
Barbosa disse que a área tem proteção ambiental, mas que estuda
transformá-la em acesso ou prepará-la para alguma atividade econômica.
Também no painel, o presidente da operadora T-Grão, Virgílio Pina,
distribuiu aos debatedores um pen drive com um estudo da concessionária
ferroviária Rumo com uma lista de 42 entraves nos acessos ferroviários
ao Porto.
Pina destacou que o entrave mais grave fica no Armazém 1, onde tem o
cruzamento da ferrovia com a Avenida Perimetral. Ele lembrou que, neste
ponto, localizado na região do Valongo, os trens que entram reduzem a
velocidade em 50%, formando filas de quem está entrando ou saindo do
Porto.
O empresário disse que a solução é, ao em vez do cruzamento, a
ferrovia continuar reto. O trecho onde estão os trilhos hoje seria
destinado para a circulação de caminhões. Segundo ele, as empresas
ferroviárias já se entenderam e falta uma decisão oficial.
O gerente de Regulação da ANTT, Tito Lívio Queiroz e Silva, afirmou
que áreas da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a
Autoridade Portuária) não competem ao órgão. Porém, disse que a ANTT
começou a realizar audiências públicas para a repactuação dos contratos
da União com as concessionárias ferroviárias MRS e Rumo e que essa obra
poderia ser incluída na negociação que está prevista.
O diretor de Operações e Logística da Rodrimar, Willy Maxwell, que
participou do painel Acessos terrestres do Porto de Santos, cobrou a
construção do túnel submerso Santos-Guarujá. Ele lembrou que o tráfego
entre as duas margens é fundamental para o Porto e que gera muito
trânsito na entrada da Cidade e na Rodovia Cônego Domênico Rangoni.
O diretor-administrativo da Dersa, Fellipe Babbini Marmo, respondeu
que o Estado não desistiu do empreendimento. Entretanto, segundo ele, a
obra depende de a União autorizar a capacidade de endividamento de São
Paulo.
Atualmente, o Estado defende a construção de uma ponte entre a Alemoa
e a Ilha Barnabé, a ser erguida pela concessionária do Sistema
Anchieta-Imigrantes, a Ecovias.
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