Ao mesmo tempo que é visto como um terminal potencialmente
exportador, o Porto do Pecém tem investido em novas rotas entre os
estados brasileiros, a chamada cabotagem, e já contabiliza um
crescimento de 110% no primeiro semestre de 2017 ante igual período de
2016. Neste movimento, a Cearáportos - administradora do equipamento -
confirmou o retorno de uma nova rota para Santa Catarina.
No entanto, não é apenas a volta de um trecho já operado no Pecém. De
acordo com Marcus Voloch, gerente geral de cabotagem e Mercosul da
Aliança Navegação e Logística - responsável pela rota -, houve uma
melhoria considerável: "O tempo de viagem entre Santa Catarina e o
Ceará, que era de dez dias, cairá para seis dias. De Santa Catarina para
Pernambuco, o 'transit-time' permanece em cinco dias. Passamos a
oferecer o melhor transit time do mercado para essas praças".
O gerente geral reforça a atuação da empresa em alinhamento com os
interesses do Porto do Pecém para aumentar o transporte de cargas entre o
Sul/Sudeste - uma vez que o transbordo da chamada escala Sling 2 será
feito em Santos (SP) - e o Norte/Nordeste do País.
Demanda maior
"A crescente demanda do mercado local, atrelada a uma moderna
infraestrutura e altos padrões operacionais, são fatores essenciais à
atração de novas linhas. Com um mix diverso de rotas atendidas no Pecém,
as operações de contêiner ganham cada vez mais importância local e
impulsionam o desenvolvimento de toda a região", destaca Daniel Rose,
diretor superintendente da APM Terminals Pecém, que presta serviços
operacionais no porto cearense.
O aumento da demanda é apontado pelo gerente e também pela
Cearáportos como motivo da retomada da rota da Aliança e também nas
outras três rotas semanais que fazem cabotagem no equipamento cearense.
"Até julho deste ano a cabotagem cresceu 110%, se comparado ao mesmo
período do ano anterior, esse crescimento se deu, principalmente, por
conta dos desembarques de minério de ferro (2.238.794 t), produtos
siderúrgicos (165.408 t), arroz (111.421 t), plásticos e suas obras
(66.499 t), etc. Destacaram-se também os embarques de farinha de trigo
(74.445 t), sal (72.206 t), cimentos (34.712 t) e placas de aço (27.613
t)", informa a Cearáportos. A empresa destaca que "o minério de ferro é o
principal produto desembarcado pela cabotagem" e a maior parte dele
(61%) vem do Porto de Ponta da Madeira (MA) e do Porto de Vitória (39%)
no Espírito Santo".
"A gente trabalhou muito para ter a cabotagem no Porto do Pecém, são
cargas brasileiras, navios brasileiros e tripulação brasileira. É uma
opção para o transportes terrestre e ferroviário, então, quanto maior o
número de navios nessa modalidade, melhor, é mais opção de logística
para os clientes", observa a diretora comercial da Cearáportos, Rebeca
Oliveira.
No entanto, ela lamenta que "a cabotagem infelizmente não é tão
difundida quanto deveria". Para aumentar a difusão e também atrair
potenciais clientes que optam, atualmente, pelo transporte terrestre ou
aéreo, os portos brasileiros, como o Porto do Pecém, oferecem uma
armazenagem e também um "valor de operação diferenciado".
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