A cidade de Milão, na Itália, sediou até esta quarta-feira, 20, a Micam - The ShoeEvent, feira de
calçados, que registrou movimento acima da
expectativa para os expositores brasileiros. A Agência Brasileira de
Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), informou que vários estandes
tiveram visitas com efetivação de vendas e muitos contatos. As
negociações foram realizadas utilizando a tabela de preços original, sem
a interferência da elevação da taxa de câmbio observada nos últimos
dias.
Na sexta-feira (16), a moeda americana
foi cotada em torno de R$ 1,70. Já as tabelas de preços dos calçadistas
constavam o dólar entre R$ 1,55 a R$ 1,60. “Ainda é cedo para fazermos
qualquer alteração nos preços, pois não sabemos por quanto tempo a
valorização do dólar irá continuar”, avaliou Marcelo Germann, que atende a
marca Oxigene, de Sapiranga (RS).
Segundo Germann, o volume de vendas de
calçados brasileiros para o exterior poderá crescer rapidamente se
houver alteração dos preços. “É visível que os importadores estão
saturados da China e estão em busca de novos fornecedores e o Brasil é
um dos mais atraentes pela qualidade e facilidade de entrega. Porém a
nossa margem é muito maior e perdemos competitividade, principalmente
juntos aos Estados Unidos”.
Essa é também a opinião do gerente de
vendas da Orbis Shoes, de Franca (SP), Maurício Ávila. Muita precaução e
pé atrás. Estas foram as expressões utilizadas pelo executivo para
analisar o momento atual do câmbio. Ele também não mudou a tabela de
preços calculada a R$ 1,60. “Se o dólar ficar a R$ 1,70 por 30 dias,
podemos revisar os preços ou conceder desconto para os clientes no
momento da confirmação do pedido, mas temos que esperar”.
Se não houver mudança na tabela para a
coleção de verão – que está em exposição da Micam - pode ser que a
próxima estação fria fique mais atraente para o importador, segundo a
perspectiva de Charles Werb, do setor de exportação da Madeira Brasil,
de Parobé (RS).
Na avaliação dos expositores, a crise
econômica não tem sido fator importante na queda das exportações. “A
crise afeta de modo mais direto a camada mais popular de consumo e hoje o
calçado brasileiro é vendido para consumidores com maior poder
aquisitivo”, pondera Charles Werb. Porém, ele observa que os compradores
de Grécia estão mais cautelosos com as importações.
Maurício Ávila diz que as negociações
estão ainda mais acirradas, mas vem atingindo suas metas de vendas e
aumentando a participação da marca Orbis em mercados como Estados
Unidos, Singapura e Vietnã. “Os calçados que produzimos são dirigidos
para um nicho de mercado que compra sempre”, explica. Como exemplo, cita
a assinatura da licença para fabricar no Brasil e exportar para a
Argentina, com exclusividade, a marca norte-americana Sebago, que criou o
conceito DocSides. A produção, de 500 pares por dia, é artesanal e tem o
couro como matéria-prima.
Participam da Micam The ShoeEvent 40
empresas brasileiras, que têm o apoio do Brazilian Footwear – Programa
de Promoção às Exportações desenvolvido pela Associação Brasileira da
Indústria de Calçados (Abicalçados) em parceria com a Apex-Brasil.
No estande institucional do Brazilian
Footwear 13 empresas apresentam as coleções de verão das marcas
Biondini, Carrano, Huberto S.Muller/Miúcha, Stéphanie Classic, Cappelli
Rossi, Satryani, Burana, Para Raio, Orbis Shoes, Oxigene, Madeira
Brasil, Fit Mix/La Flor e Itapuã/Itsandal/Itsandal Kids/New Face.
Em estandes individuais, localizados
nos pavilhões referentes ao seu nicho de produtos, estão Anatomic Gel,
Via Uno/Naturezza, Grendene/Rider/Ipanema, Grendha/Ipanema GB, Mel,
Radamés/Kontatto, Sapatoterapia, Studio TMLS, GVD/ Pyramidis by Gvd -
Pyramidis Signature - Paralelo by Gvd - Up2you, Villione, Miezko,
Cristófoli, Dumond, Lilly’s Closet, Tanara/Kolosh Brasil, Kildare, West
Coast/Cravo & Canela, Albanese Studio; Werner, Cecconelo/Cecconelo
Divas e Monacci.
No espaço Visitors, destinado a novos
talentos e coleções arrojadas, estão as marcas Sarah Chofakian, Jorge
Bischoff, Luiza Barcelos, Guilhermina, Capodarte e Tches.
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