Em reunião com empresários durante viagem oficial ao Peru, o
ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) defendeu maior
aproximação comercial entre o país e o Brasil, especialmente os estados
vizinhos, como Acre, Rondônia e Mato Grosso. “A ideia é destravar o que emperra
o comércio bilateral”, afirmou.
Maggi disse que há potencial a ser explorado, já que a relação
no agronegócio entre os dois países ainda é muito pequena. O Peru é o 27º
parceiro comercial do Brasil, sendo que no setor agropecuário foram
registrados, no ano passado, apenas US$ 179 milhões em exportações e US$ 92
milhões em importações.
O Brasil tem condições de fornecer ao Peru alimentos que o país
não produz, ressaltou o ministro, acrescentando que o Acre, por exemplo, vem
desenvolvendo uma suinocultura moderna, além de ter terras para soja e milho,
entre outros produtos.
Do lado do Peru, Maggi destacou o crescimento da produção de
frutas, que rende ao país anualmente entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões. E
observou que há um mercado interno consumidor no Brasil a ser explorado pelos
peruanos. “Estamos voltando a crescer, com expectativa de que, neste ano, o
índice seja de 1% e, no próximo, de 3%, o que significa muito para um país do
nosso tamanho.”
O ministro enfatizou que o Brasil é um fornecedor seguro de
alimentos com produção crescente, sendo responsável por 6,6% do mercado
mundial. Toda a produção de algodão deste ano, de 1,2 milhão de toneladas, já
estava vendida desde 2017, o que representa confiança do mercado
internacional.
“Tivemos pequena redução da fatia mundial do agro, mas por conta
do preço das commodities e não do volume exportado”, explicou. E a expectativa
é ocupar mais espaço em mercados onde a participação brasileira tem muito para
crescer, como em países asiáticos, em função do poder de compra da população, e
no México, onde o Brasil tem participação de apenas 1,2% no agronegócio, “é um
alvo específico”.
O trabalho, segundo o ministro, é do de eliminar barreiras de
comércio, já que a estimativa da produção brasileira é de continuar crescendo,
nos próximos anos, “26%, nessa área, até 2025”.
Maggi destacou ainda que o Brasil segue cumprindo uma legislação
ambiental rígida que precisa ser reconhecida pelos parceiros comerciais e que o
aumento da produção se deve ao avanço de pesquisas, particularmente aquelas
desenvolvidas pela Embrapa. Enfatizou como responsável por ganhos de
produtividade a alternância de culturas, que permitem colher mais de uma safra
por ano em uma mesma área, e entre a agricultura e a pecuária.
Nesta quarta-feira, o ministro participa ainda da abertura
oficial da Expoalimentaria – maior feira de alimentação e bebidas da América
Latina. Ele também terá ainda reunião com o ministro da Agricultura peruano,
José Manuel Hernandez.
Na quinta-feira (28), Maggi viaja para a Bolívia. Na capital La
Paz, terá encontros com o ministro do Desenvolvimento Rural e Terras da
Bolívia, César Cocarico, e com o vice-ministro de Comércio e Integração
boliviano, Walter Clarems.
A delegação chefiada
pelo ministro ao Peru e à Bolívia é composta pelos secretários de Relações
Internacionais do Agronegócio do Mapa, Odilson Ribeiro e Silva, e de Defesa
Agropecuária, Luis Rangel. Participam do evento com empresários o presidente da
Abafrutas (Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas), Luiz
Roberto Maldonado; o presidente da Ceasa de Mato Grosso, Baltazar Ulrich; o
senador Cidinho Santos e o deputado Adillton Sachetti.
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