O setor portuário brasileiro movimentou 513 milhões de toneladas no
primeiro semestre, queda de 3,29% em relação ao mesmo período de 2018,
quando as instalações portuárias brasileiras movimentaram 530,5 milhões
de toneladas. De acordo com a Agência Nacional de Transportes
Aquaviários, o resultado reflete o fraco desempenho da economia
brasileira e a retração da economia mundial. Baseada em dados
preliminares e no histórico de recuperação do segundo semestre, a Antaq
vê tendência de recuperação, podendo até fechar o ano com leve
crescimento nos números.
No primeiro semestre, os terminais de uso privado (TUPs) responderam
pela movimentação de 337 milhões de toneladas, 4,04% a menos que em
igual período do ano passado. Os portos públicos movimentaram 176
milhões de toneladas, baixa de 1,83%. Os dados divulgados nesta
quinta-feira (26) são consolidados pela gerência de estatística e
avaliação de desempenho da agência.
Oito das nove principais
instalações portuárias do país tiveram retração na movimentação de
cargas no primeiro semestre deste ano em comparação a igual período de
2018. Entre os TUPs registraram as maiores quedas: Ponta da Madeira
(-7,06%), Tubarão (-25,48%), São Sebastião (-0,55%) e Ilha Guaíba
(-37,83%). Já entre os portos públicos, apuraram redução no volume
movimentado: Santos (-3,36%), Itaguaí (-11,05), Paranaguá (-5,93%) e Rio
Grande (-3,93%). Apenas o Terminal Aquaviário de Angra dos Reis
apresentou variação positiva (11,40%).
Os granéis sólidos
movimentados nos seis primeiros meses deste ano totalizaram 314,6
milhões de toneladas, o que representa queda de 6,80% em comparação com o
primeiro semestre de 2018. O volume de granéis líquidos apresentou
acréscimo de 2,58% frente ao mesmo período do ano passado: 115,9 milhões
de toneladas. Também houve incremento na movimentação de contêineres (+
3,72%) e carga geral (+2,76%), totalizando, respectivamente, 55 milhões
e 27,3 milhões de toneladas movimentadas.
O milho foi um dos
destaques entre as mercadorias nos primeiros seis meses do ano, com 9,2
milhões de toneladas de milho movimentadas, 116,53% acima do apurado no
mesmo período de 2018. Petróleo e derivados representaram movimentação
de 102,8 milhões de toneladas, 4,22% a mais na mesma base de comparação.
Outros destaques foram os fertilizantes e ferro e aço, que registraram,
respectivamente, incremento de 6,47% e 7,69% na comparação com igual
período do ano passado.
As principais quedas foram verificadas
nas movimentações de minério de ferro (-8,90%), que registrou 16,5
milhões de toneladas a menos do que no primeiro semestre de 2018, e soja
(-8,09%), com menos 5,3 milhões de toneladas na mesma base de
comparação. Também apresentaram retração na movimentação no período:
bauxita (-13,20%); carvão mineral (-13,51%) e pasta de celulose
(-4,76%).
A Antaq atribui a queda da movimentação no primeiro
semestre de 2019 ao recuo nos embarques de minério de ferro. A avaliação
da agência é que o granel vem enfrentando problemas desde a ponta
inicial da cadeia produtiva, devido ao rompimento de barragens e a um
período atípico de chuvas intensas na região norte do país.
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