Em busca de fortalecer a
parceria comercial e abertura de mercado para os produtos agropecuários
brasileiros, a ministra Tereza Cristina embarca nesta quarta-feira (11) para a
região do Oriente Médio. Entre os dias 11 e 23 de setembro, a ministra visitará
quatros países árabes: Egito, Arábia Saudita, Kuwait e os Emirados Árabes
Unidos.
A primeira parada é na cidade do Cairo (Egito), onde a ministra terá encontro
com autoridades egípcias responsáveis pelas compras governamentais e acordos
internacionais. Tereza Cristina participará ainda de um seminário com empresários
locais para debater investimentos e perspectivas de negócios entre os dois
países. No domingo (15), será o encontro com o secretário-geral da Liga dos
Estados Árabes, embaixador Ahmed Aboul Gheit, para tratar de infraestrutura e
logística.
O segundo destino é Riade, capital da Arábia Saudita. A ministra também se
reunirá, nos dias 16 e 17, com empresariado e ministros do governo. Já no dia 18, na Cidade do Kuwait (Kuwait), Tereza Cristina e autoridades do
país irão debater sobre alimentação, nutrição, pesca e demais assuntos
agrícolas. A viagem será encerrada nos Emirados Árabes Unidos, com encontros
empresariais do setor de alimentos e de governo em Abu Dhabi e Dubai, de 19 a
22 de setembro.
A comitiva chega ao Brasil no dia seguinte (23). Participam da missão o
secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro; a
diretora de Promoção Comercial, Investimentos e Cooperação, Márcia Nejaim; o
assessor Aurélio Rolim Rocha e adidos agrícolas.
Em 2018, as exportações agropecuárias do Brasil para 22 países árabes e
integrantes da Organização para a Cooperação Islâmica, totalizando 55 nações,
somaram US$ 16,13 bilhões, o que representa 19% do total das vendas externas do
agro brasileiro, percentual superior ao que foi exportado para a União Europeia
(16%).
Os produtos mais vendidos foram açúcar, carnes, milho, soja e café. Estima-se
que o comércio agrícola entre Brasil e o mundo árabe pode crescer e chegar a
US$ 895 milhões. Os produtos em perspectiva são: soja (farelo e grãos), café
verde, açúcar e fumo não manufaturado.
Os países árabes importaram de todo o mundo o equivalente a US$ 114 bilhões, em
2017. O item mais buscado pelos árabes é o trigo, seguido de açúcar, cigarros,
milho, arroz, carne de frango, leite em pó, carne bovina e preparações
alimentícias.
Ao participar de evento da Câmara Árabe-Brasileira, no dia 26 de agosto, a
ministra Tereza Cristina destacou que os países árabes têm se consolidado como
um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Segundo a ministra, há
oportunidades de negócio por toda a cadeia produtiva: insumos, maquinário,
processamento, estocagem, distribuição, transporte, pesquisa, tecnologia e
inovação.
A ministra ressaltou que os produtores brasileiros estão familiarizados com as
exigências dos mercados árabes, e que seus consumidores já conhecem a qualidade
dos nossos produtos, lembrando que o Brasil é o maior exportador mundial de
proteína halal (quando o animal é abatido seguindo os princípios islâmicos).
"O Brasil tem condições de ampliar o fornecimento de diversos produtos
agrícolas já importados pela Liga Árabe, mas que ainda tem representação ínfima
na pauta de exportação brasileira para seus países. É como é o caso do algodão,
cacau e das frutas secas ou frescas, como goiaba, manga e limão", disse. A balança comercial do Brasil com os quatro países que serão visitados tem
oscilado desde 2009, apresentando queda nos últimos dois anos.
Para o Egito, o destaque é a venda de carne bovina in natura e miudezas, milho,
fumo não manufaturado, carne de frango in natura, soja em grãos, bovinos vivos,
café verde e pimenta piper seca, triturada ou em pó. Já os produtos mais
importados do Egito são: azeitonas preparadas ou conservadas, leveduras, algodão,
cebolas secas, plantas para medicina ou perfumaria, tubérculos secos,
especiais, sementes de anis e badiana, e óleos essenciais.
Os dez principais produtos exportados pelo Brasil para a Arábia Saudita, nos
dois últimos anos, foram carne de frango in natura, açúcar de cana bruto e
refinado, carne bovina, soja em grãos e farelo, milho, ovos, café solúvel e
verde. No mesmo período, o Brasil importou vinho e óleos essenciais.
Para o Kuwait, as exportações envolvem carne de frango in natura e industrializada,
milho, sucos de laranja, café solúvel e verde, farelo de soja, castanha de
caju, e carnes de pato e peru in natura. Não há registro de importações de
produtos agropecuários do Kuwait em 2017 e 2018.
Os Emirados Árabes também compram carnes bovina e de frango in natura, açúcar
bruto, fumo não manufaturado, milho, ovos, farelo de soja e café verde. Os
brasileiros importam nozes e castanhas, fumo manufaturado, chocolate e
preparações com cacau, pães, biscoitos, produtos de pastelaria, confeitaria, tâmaras
secas, chás preto e verde.
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