Os
Estados Unidos impuseram sanções ao petroleiro iraniano Adrian Darya-1,
liberado por Gibraltar há quase duas semanas, e agora afirmam que possuem
"informações confiáveis" de que a embarcação está indo para a Síria,
desafiando sanções internacionais contra o regime de Bashar al-Assad. "Temos
informações confiáveis segundo as quais o petróleo está a caminho de Tartus, na
Síria", escreveu no Twitter na noite de sábado (31) o secretário de Estado
dos EUA, Mike Pompeo.
A punição atinge tanto o petroleiro
quanto o capitão do navio. Num próximo passo, o governo americano pode vir a
determinar medidas de retaliação contra portos e empresas que tenham negócios
envolvendo o cargueiro. "Isso serve de lição para todo aquele tentado a
apoiar o petróleo iraniano em movimento destinado ao regime assassino de
Assad", escreveu no Twitter John Bolton, secretário de Segurança Nacional
do presidente americano, Donald Trump.
O cargueiro, que era anteriormente
chamado de Grace-1 e que transporta 2,1 milhões de barris de petróleo, carga
avaliada em 130 milhões de dólares, foi detido em 4 de julho perto da costa de
Gibraltar, por suspeitas de que transportava petróleo destinado à Síria,
violando um embargo da União Europeia (UE). A apreensão acabou elevando as tensões
entre o Reino Unido e o Irã, com Teerã negando qualquer violação.
Em 18 de agosto, o navio recebeu
permissão para zarpar, apesar de uma intervenção do Departamento de Justiça dos
EUA, que pediu que o petroleiro permanecesse retido, pedido rejeitado pelo
governo de Gibraltar, que alegou não poder deter o superpetroleiro porque as
sanções dos EUA contra o Irã não são aplicáveis na União Europeia. As
autoridades britânicas asseguraram que haviam decidido liberar o navio depois
que o Irã se comprometera a não enviar a carga para a Síria.
Desde sua liberação por Gibraltar, o
petroleiro está navegando pelo Mediterrâneo sem que seja conhecido seu destino,
embora o Irã tenha dito na segunda-feira que havia vendido o petróleo que o
navio transporta. Na sexta-feira, de acordo com o site de monitoramento Marine
Traffic, o Adrian Darya-1 estava a noroeste de Chipre, aparentemente a caminho
da Turquia.
O Ministério do Exterior turco disse
que o navio estaria a caminho do Líbano. As autoridades libanesas garantiram,
no entanto, que não haviam recebido nenhum pedido para desembarcar o petroleiro
iraniano. Informou-se, depois, que o navio não atracaria em um porto libanês,
mas que estava se dirigindo para "as águas territoriais do país".
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