A expectativa de uma
melhora nas encomendas do mercado externo foram frustradas em julho, conforme
dados elaborados pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados
(Abicalçados). No mês de julho, os calçadistas brasileiros embarcaram 6 milhões
de pares, que geraram US$ 48,78 milhões, quedas tanto em volume (-26,8%) quanto
em receita (-43,6%) ante o mesmo mês de 2019. Com o resultado, no acumulado dos
sete primeiros meses de 2020, as exportações somaram 49,13 milhões de pares e
US$ 379,27 milhões, quedas 24,5% e 33,1%, respectivamente, no comparativo com
período correspondente do ano passado.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, destaca que alguns dos
principais mercados internacionais para o setor calçadista brasileiro, caso dos
Estados Unidos e Argentina, estão demorando mais para sair da crise provocada
pela pandemia do novo coronavírus. Ele destaca que o maior mercado estrangeiro
para o produto verde-amarelo, os Estados Unidos, viu seu PIB despencar quase
33% no segundo trimestre do ano, uma queda histórica, e que o fato aponta para
uma queda no consumo naquele país. “A expectativa é de que registremos uma
queda de 30% nas exportações ao longo de 2020, tendo uma pequena melhora
somente no último trimestre do ano, isso a depender dos resultados das
principal feira internacional para o setor, a Micam Milano, que acontece no
final deste mês”, projeta o executivo.
Principal mercado internacional para o calçado brasileiro, os Estados Unidos
foram destino de 4,97 milhões de pares, que geraram US$ 48,78 milhões nos sete
primeiros meses do ano. As quedas foram de 31,1% em pares e de 36,8% em receita
no comparativo com igual período de 2019. Somente no mês de julho, as
exportações para os Estados Unidos caíram 28,2% em pares e 51,7% em receita no
comparativo com julho do ano passado, alcançando 571,54 mil pares e US$ 9,32
milhões.
Já a Argentina, segundo destino do calçado verde-amarelo no exterior, foi
destino de 3,72 milhões de pares, que geraram US$ 37,8 milhões nos sete
primeiros meses de 2020. As quedas foram de 19,9% em volume e de 29,8% em
receita no comparativo com período correspondente do ano passado. O recorte de
julho aponta que os argentinos importaram 536 mil pares por US$ 5,4
milhões, quedas tanto em volume (-54,9%) quanto em receita (-47,8%) ante o
mesmo mês do ano passado.
O terceiro destino do ano foi a França, mercado que teve recuperação em julho,
com incremento de 123% em pares (619,58 mil) e de 5% em receita (US$ 7,3
milhões) ante o mês sete do ano passado. No acumulado dos sete meses, os
franceses importaram 3,59 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 32,4
milhões, quedas de 4,2% e de 2,3%, respectivamente, ante período correspondente
do ano passado.
Da janeiro e julho deste ano, o principal exportador de calçados brasileiros
foi o Rio Grande do Sul. No período, os gaúchos embarcaram 12 milhões de pares
por US$ 171,9 milhões, quedas de 29,2% e de 33,3%, respectivamente, ante o
mesmo ínterim do ano passado. O segundo exportador do período foi o Ceará. Nos sete meses, os calçadistas
cearenses embarcaram 15,6 milhões de pares, que geraram US$ 89,95 milhões,
quedas de 34,2% e de 39%, respectivamente, no comparativo com o mesmo período
do ano passado.
Com quedas de 12,4% em volume e de 33% em receita, São Paulo foi o terceiro
exportador de calçados do ano. No período, os paulistas embarcaram 3,85 milhões
de pares, que geraram US$ 39,6 milhões. Com uma queda menor, a Paraíba apareceu na quarta posição entre os exportadores
brasileiros de calçados. Nos sete meses, os calçadistas paraibanos embarcaram
10,16 milhões de pares, que geraram US$ 33 milhões, quedas tanto em volume
(-2,6%) quanto em receita (-12,3%) ante igual período de 2019.
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