A proximidade de encerramento do ano tem sido marcada pela retomada da
economia brasileira e o comércio exterior tem um grande peso neste processo. A
expectativa da Maersk Line, líder mundial no transporte de contêineres, é
de um crescimento de 7% neste 2017, impulsionado pelo incremento de 14%
nas importações e de 1,5% nas exportações.
A projeção é do diretor de Trade e Marketing da Maersk Line para a
Costa Leste da América do Sul, João Momesso. Segundo o executivo, neste
ano, o comércio exterior registrou a melhor performance desde 2014. “Não
há dúvida de que a crise ficou para trás, mas as importações ainda
estão 9% abaixo do que eram há três anos”.
Nas importações, as operações têm registrado crescimento nos últimos
12 meses. No terceiro trimestre, o incremento foi de 14,3%. De acordo
com a Maersk, as expectativas são boas já que os desembarques de bens
manufaturados cresceram 44% entre julho e setembro, na comparação com o
mesmo período do ano passado.
Já as importações de produtos eletrônicos que desembarcam em Manaus
saltaram 35% no terceiro trimestre, na relação com os mesmos meses de
2016.
“Isto é muito encorajador. Pela primeira vez, os varejistas estão
fazendo mais do que simplesmente repor as prateleiras. Eles estão
aumentando seus estoques antes do Natal. É uma grande diferença do que
aconteceu no ano passado, quando apenas mantinham os seus inventários”,
destaca o diretor da Maersk Line para a Costa Leste da América do Sul,
Antonio Dominguez.
As exportações de carga seca e refrigerada registraram alta de 6,9%
entre julho e setembro graças ao forte crescimento do mercado,
revertendo a queda de 2,2% registrada no segundo trimestre. Considerando
apenas os embarques de carga seca, houve um aumento de 6,6% no período,
ao passo que os de carga reefer subiram 7,4%.
Da mesma maneira que os bens de consumo impulsionaram as importações,
um aumento na procura por carne na Ásia e na Europa resultou em
crescimento de 37% nas exportações de proteína no terceiro trimestre,
registrando uma recuperação após uma desaceleração nos três meses
anteriores.
No entanto, Argentina, Uruguai e Paraguai também estão aumentando as
exportações de carne, disputando espaço com os produtores brasileiros.
“O forte crescimento do mercado de exportações está colocando muita
pressão nas companhias de transporte marítimo, o que fez a Maersk Line
mudar sua forma de atender os clientes do mercado reefer no Nordeste do
Brasil, por exemplo. Ao mesmo tempo, a empresa passou a disponibilizar
mais contêineres refrigerados e lançou o RCM (Gerenciamento Remoto de
Contêineres) para todos os clientes, possibilitando rastrear e
acompanhar seus produtos durante toda a viagem, garantindo o frescor das
cargas perecíveis”, ressalta o diretor Comercial da Maersk Line para a
Costa Leste da América do Sul, Nestor Amador.
No segmento de carga seca, a África se destacou como destino devido à
alta demanda por açúcar, compensando significativamente a queda na
procura pela commodity em outras regiões do mundo. Os produtores
brasileiros estão servindo principalmente as maiores e relativamente
mais estáveis economias africanas, da Nigéria à África do Sul.
Enquanto isso, outras regiões se beneficiaram com a colheita de soja e
milho, resultando em crescimentos de 94% e 81%, respectivamente, no
terceiro trimestre, contribuindo para os resultados bem acima do
esperado nas exportações.
No próximo ano, o diretor João Momesso espera um crescimento ainda
maior no transporte de cargas, mas a recuperação total, certamente, não
será registrada.
Para 2018, o executivo estima um crescimento marginal das importações
e dificuldades para obtenção de espaço em navios cargueiros nas rotas
de exportação. “Há demanda, mas não há espaço. Commodities que sofreram
conteinerização (passaram a ser transportadas em contêineres) recente,
como soja e milho, devem ser as mais impactadas”.
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