A equipe responsável pela remoção dos contêineres que caíram do navio
Log-In Pantanal, em agosto, ganhará reforços. Novos equipamentos e
técnicos norte-americanos foram contratados e chegarão ao Brasil na
segunda semana de janeiro. Esta é a previsão da Log-In, a armadora
responsável pelas caixas metálicas.
A informação é da agente ambiental federal do Instituto Brasileiro de
Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Ana Angélica Alabarce, que
acompanha os trabalhos de remoção dos contêineres na região. Segundo
ela, nove caixas metálicas foram removidas do fundo do mar, enquanto
outras dez já foram mapeadas.
“Nove contêineres saíram e dez estão certos de serem retirados assim
que chegar esse novo equipamento. As buscas continuam e os mergulhadores
têm avançado nos trabalhos”, destacou a representante da Autoridade
Ambiental.
Dos 46 contêineres que caíram no mar, oito acabaram boiando – e
desses, quatro foram removidos pela empresa. As outras quatro caixas
metálicas foram saqueadas. Em seguida, a Log-In iniciou o rastreamento
do leito marítimo da região, com o objetivo de identificar onde os
demais 38 contentores caíram no mar. Com o resgate de nove, ainda faltam
29.
Esta é a segunda vez que a Log-In muda de estratégia e decide
reforçar os trabalhos. Em outubro, a armadora contratou especialistas
internacionais e ampliou o número de técnicos destacados para o serviço.
Entre eles, estava um norte-americano que atuou no resgate do navio de
passageiros Costa Concordia, que naufragou na Itália em 2012.
Segundo a agente do Ibama, as empresas especializadas que vão começar
a trabalhar pediram R$ 50 milhões pelo serviço. O valor leva em conta o
deslocamento dos técnicos e a os novos equipamentos que serão
utilizados.
Ana Angélica disse que a ideia é mudar a estratégia da operação. Os
contêineres estavam sendo removidos com cabos de aço que,
constantemente, se rompiam durante os trabalhos. Para isso, já foi
iniciado o deslocamento de um equipamento que conta com garras que farão
a retiradas das caixas metálicas.
A agente explicou que o Ibama recebe relatórios semanais sobre os
trabalhos de remoção dos contêineres. Além disso, ela faz contatos
telefônicos diários com os técnicos responsáveis pelo serviço.
“Tivemos uma reunião na semana passada quando eu os adverti para que
eles (os responsáveis pela Log-In) não se esqueçam que, no dia 27 de
janeiro, terminará o prazo para nós lavrarmos o auto de infração. Aí,
não tem como escapar”, destacou Ana Angélica.
A armadora poderá ser multada pelos danos ambientais causados com a
queda dos contêineres no mar. Mais de quatro meses após o acidente, as
caixas metálicas que foram retiradas do fundo do mar já estavam sendo
tomadas por animais marinhos.
Em 11 de agosto, após realizar suas operações no terminal Embraport,
na Área Continental de Santos, o navio conteineiro Log-In Pantanal
aguardava na Barra para retornar ao complexo, a fim de carregar cargas
na Brasil Terminal Portuário (BTP), na região da Alemoa. Enquanto
esperava para atracar, enfrentou uma forte ressaca e 46 contêineres que
estavam no convés caíram no mar, na costa da Ilha de Santo Amaro
(Guarujá).
As cargas dos contêineres se espalharam por um raio de 500
quilômetros, atingindo praias da região e até áreas de preservação
ambiental. Em Guarujá, além de produtos, foram vistos contêineres
boiando nas praias.
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