O Sindicato dos Servidores da Receita Federal, a partir do envio do projeto de lei sobre o reajuste salarial da categoria ao Congresso Nacional, decidiu neste sábado
reavaliar a paralisação iniciada no último dia 14. A declaração foi dada pelo presidente
do Sindifisco, Cláudio Damasceno. A mobilização gerou transtornos em
aeroportos, aduanas, impactou o comércio exterior e a arrecadação e
ameaçava se estender até o período dos Jogos Olímpicos.
O projeto de lei encaminhado pelo Executivo prevê um reajuste de
21,3% ao longo de quatro anos, além de um bônus por eficiência. Esse
bônus, no entanto, sofreu ajustes no texto para “evitar perdas” aos
servidores. A decisão sobre a manutenção ou não da greve deverão ser tomada nos próximos dias, após avaliação do texto. "Estamos fazendo a análise para ver se está de acordo", adiantou Damasceno.
Antes, a previsão era de que os auditores receberiam uma
bonificação fixa mensal de R$ 3 mil até o fim do ano, que se estende
inclusive a servidores inativos. A partir de janeiro do ano que vem,
esse valor passaria a ser calculado a partir de índices de eficiência. Agora, o PL prevê que os auditores receberão R$ 5 mil por três
meses após a entrada em vigor da lei.
Analistas acreditam que o valor será de R$
3 mil. A partir de janeiro de 2017, haverá um pagamento mensal de R$ 3
mil aos auditores e de R$ 1,8 mil aos analistas até que o cálculo do
bônus variável seja regulamentado - o que deve ocorrer em até 60 dias
após a edição da lei. “Foi uma solução encontrada pelo governo como compensação, já que
foi enviado um projeto de lei, e não uma medida provisória”, explicou
Damasceno.
O Sindifisco pedia uma MP porque tem vigência imediata, ao
contrário do PL, que precisa passar primeiro pelo Congresso. Os
auditores argumentavam que o acordo foi selado em março e deveria
produzir efeitos já em agosto, o que não será mais possível devido ao
atraso no encaminhamento do projeto de lei.
O impacto do reajuste, segundo cálculos do governo, será de R$
290,8 milhões neste ano, R$ 604,9 milhões em 2017, R$ 603,4 milhões em
2018 e R$ 598,8 milhões em 2019.
Os impactos da implantação dos bônus foram estimados em R$ 326,1
milhões neste ano, R$ 1,917 bilhão em 2017, R$ 2,044 bilhões em 2018 e
R$ 2,191 bilhões para 2019. O projeto prevê ainda que o pagamento do bônus será feito com a utilização de receitas da arrecadação de multas
tributárias e aduaneiras incidentes sobre impostos, taxas e
contribuições administradas pela Receita Federal do Brasil e
recursos da alienação de bens apreendidos, que compõem o Fundo
Especial de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento das Atividades de
Fiscalização (Fundaf).
Nenhum comentário:
Postar um comentário