A Maersk Line, maior transportadora global de contêineres, informou que grandes frigoríficos brasileiros já se
movimentam para contratar frete para exportar carne bovina in natura
para os Estados Unidos. O acordo que libera a exportação do produto para o mercado norte-americano foi, assinado na semana passada, em Washington, depois de negociações que duraram vários anos.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) calculou que os
embarques devem começar em 90 dias, "após a finalização dos trâmites
administrativos pelas autoridades sanitárias dos dois países". "Nossos
clientes já estão demandando e finalizando volumes (contratos de
frete)", revelou à agência de notícias Reuters o diretor de Trade da Maersk Line no Brasil,
João Momesso.
Segundo ele, deverá haver uma migração parcial do fluxo de
fretes de carne bovina que antes era destinada para a Venezuela - que
enfrenta crise financeira e desacelerou compras- e agora irá para os
Estados Unidos. "As nossas grandes empresas frigoríficas têm buscado
novos mercados. Não acredito que o mercado dos EUA vá ser para nós como
foi a Venenzuela, mas qualquer coisa em um país de mais de 200 milhões
de habitantes (EUA) é bastante volume", ressalvou.
O Mapa acredita que essa nova frente de
exportações para os EUA deve render faturamento anual de US$ 900 milhões para o Brasil. Momesso assinalou ainda que as exportações
brasileiras em contêineres de carga seca (sem necessidade de
refrigeração) cresceram 35 % este ano para o Oriente Médio,
aproveitando uma disponibilidade de capacidade. Nestes fretes, a maior
parte é de commodities agrícolas.
Normalmente os transportadores oferecem o
transporte de cargas agrícolas como frete de retorno para suas rotas,
cobrando preços baixos para atrair clientes. "Temos um boom de açúcar
para os mercados do Oriente Médio. As exportações do Brasil para
destinos do Oriente Médio em contêineres cresceu", destacou o
executivo, sem dar detalhes sobre volumes.
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