O dólar se firmou em queda durante à tarde nesta segunda-feira
(18), ajudado por um volume baixo de operações, após manhã instável. A
pressão vendedora aumentou com expectativas de elevação da liquidez
global e migração de capital estrangeiro para o Brasil. Os principais
indutores foram as apostas no adiamento da alta de juros nos EUA e
transferência para o Brasil de recursos anteriormente destinados à
Turquia, enquanto o mercado aposta também numa melhora da economia
nacional.
No balcão, o dólar fechou hoje aos R$ 3,2499, em queda de 0,53%. O
giro total ficou em US$ 481,211 milhões, frente aos US$ 1,533 bilhão na
sexta-feira, de acordo com informações registradas na clearing da
BM&F Bovespa. Já no mercado futuro, o contrato de dólar para agosto
fechou em baixa de 0,93%, aos R$ 3,2665. Esse contrato movimentou US$
8,185 bilhões.
A moeda norte-americana iniciou o dia instável, oscilando entre perdas e ganhos
durante a manhã. No entanto, encontrou uma direção mais clara de
queda com a entrada de recursos pela via comercial. O movimento foi
intensificado pela perspectiva de que o fluxo positivo deve aumentar,
principalmente, após a conclusão do processo de impeachment da
presidente Dilma Rousseff.
A aposta do mercado de uma economia melhor em 2017, mostrada pela
Pesquisa Focus, também contribuiu para as vendas de dólar. Para o
gerente de mesa de derivativos de uma corretora, a tendência é de queda
e, por isso, a atuação do Banco Central vem tendo efeito limitado no
dólar.
A queda das estimativas para o dólar neste e no próximo ano também
foi mostrada pela Pesquisa Focus do Banco Central, apesar dos sucessivos
leilões de swap cambial reverso. Nesta terça-feira, 19, o BC realiza
mais um leilão de swap cambial reverso. A operação será das 9h30 às
9h40, com a oferta de até 10 mil contratos, com vencimentos em 1º de
setembro de 2016 e 3 de outubro de 2016. O resultado da operação será
divulgado às 9h50.
A evolução das perspectivas nacionais contrasta com as incertezas
em torno da Turquia, que passou por uma tentativa de golpe militar no
fim de semana. "A tentativa de golpe na Turquia pode induzir um pouco
mais de fluxo para o Brasil em meio a ativos com preços ainda
atrativos", afirmou um operador de uma corretora.
Nesta terça-feira, o Banco Central da Turquia anuncia decisão de juros sob
expectativa divergentes a respeito de medidas de estímulo, após realizar
no domingo uma reunião de emergência com bancos e afrouxar algumas
condições do mercado.
Entre os países desenvolvidos, a previsão do Morgan Stanley para os
EUA, por exemplo, é que só em 2018 o Federal Reserve vai conseguir
elevar os juros, frente à taxa atual de 0,25% a 0,50%. Por outro lado, a
atividade econômica dos emergentes deve ganhar força em 2017.
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