Após o superávit de US$ 1,200 bilhão em maio, o resultado das
transações correntes ficou negativo em US$ 2,479 bilhões em junho. A
projeção do Banco Central para a conta corrente do mês passado era de um
saldo negativo de US$ 1 bilhão, por causa da expectativa de uma balança
comercial menos robusta. O saldo do mês de junho é o menor para o mês
desde 2009.
O resultado de junho ficou fora do intervalo do levantamento
realizado pelo Projeções Broadcast com 27 instituições, que ia de um
déficit de US$ 1,800 bilhão a déficit de US$ 100 milhões. A mediana era
negativa em US$ 1,500 bilhão. A estimativa do BC é de que o rombo
externo de 2016 seja de US$ 15,0 bilhões.
A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 3,755
bilhões em junho, enquanto a conta de serviços ficou negativa em US$
3,594 bilhões. A conta de renda primária também ficou deficitária em US$
2,873 bilhões. No caso da conta financeira, o resultado ficou no
vermelho em US$ 2,247 bilhões.
No acumulado do primeiro semestre do ano, o rombo nas contas
externas soma US$ 8,444 bilhões. Já nos últimos 12 meses até junho deste
ano, o saldo das transações correntes está negativo em US$ 29,439
bilhões, o que representa 1,67% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta
relação é a menor desde dezembro de 2009.
A estimativa para a dívida externa brasileira estava em US$ 332,644
bilhões em junho. Segundo o BC, o ano de 2015 terminou com uma dívida
de US$ 334,745 bilhões e o último dado verificado (do mês de março)
somava US$ 334,608 bilhões. A dívida externa de longo prazo atingiu US$
272,184 bilhões em junho, enquanto o estoque de curto prazo ficou em US$
60,460 bilhões no fim do mês passado, segundo as estimativas do Banco
Central.
De acordo com a instituição, merecem destaques na dívida externa de
longo prazo as amortizações de empréstimos de bancos e de títulos da
dívida, em US$ 1,5 bilhão e US$ 1,2 bilhão, além da redução provocada
pela variação cambial de US$ 1,1 bilhão e aumento de preço dos títulos
do governo, de US$ 2,9 bilhões.
A variação da dívida externa de curto prazo no período é explicada
principalmente pelas amortizações de empréstimos pelos setores
financeiro e não financeiro, em US$ 1,3 bilhão e US$ 4,71 milhões, e
pelo aumento do passivo em moeda e depósitos do setor financeiro, US$
736 milhões.
Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram US$ 3,917 bilhões em
junho. O resultado ficou dentro das estimativas apuradas pelo AE
Projeções com 21 instituições financeiras, que iam de US$ 3,000 bilhões a
US$ 5,600 bilhões, com mediana de US$ 4,000 bilhões.
Pelos cálculos do Banco Central, o IDP de junho ficaria em US$ 3,6
bilhões. A estimativa da autarquia foi feita com base nos números até 22
de junho, quando o País havia recebido US$ 2,2 bilhões em recursos
externos. Para o ano, o BC estima que os investidores estrangeiros
trarão US$ 70 bilhões para o setor produtivo brasileiro.
No primeiro semestre de 2016, o ingresso de investimentos
estrangeiros destinados ao setor produtivo soma US$ 33,816 bilhões. Já
no acumulado dos últimos 12 meses até junho deste ano, o saldo de
investimento estrangeiro ficou em US$ 77,959 bilhões, o que representa
4,42% do Produto Interno Bruto (PIB).
A conta de viagens internacionais voltou a registrar déficit em
junho, informou o BC. No mês passado, quando o dólar recuou 11% ante o
real, a diferença entre o que os brasileiros gastaram lá fora e o que os
estrangeiros desembolsaram no Brasil foi de um saldo negativo de US$
970 milhões. Em igual mês de 2015, o déficit nessa conta era de US$
1,203 bilhão.
O desempenho da conta de viagens internacionais foi determinado por
despesas de brasileiros no exterior, que somaram US$ 1,372 bilhão em
junho. Já o gasto dos estrangeiros em passeio pelo Brasil ficou em US$
402 milhões no mês passado. No acumulado do ano, o saldo líquido dessa
conta ficou negativo em US$ 3,377 bilhões. Em igual período do ano
passado, esse valor era de US$ 6,996 bilhões. Para 2016, o BC estima um
déficit de US$ 6,0 bilhões para esta rubrica, praticamente a metade dos
US$ 11,5 bilhões de déficit registrados em 2015.
A remessa de lucros e dividendos de companhias instaladas no Brasil
para suas matrizes foi de US$ 1,396 bilhão em junho, segundo do Banco
Central. A saída líquida representa um volume menor do que os US$ 2,509
milhões que foram enviados em igual mês do ano passado, já descontados
os ingressos.
No primeiro semestre deste ano, a saída líquida de recursos via
remessa de lucros e dividendos alcançou US$ 7,862 bilhões. O resultado
enviado é inferior ao registrado em igual período do ano passado, quando
as remessas foram de US$ 9,482 bilhões. A expectativa do BC é que a
remessa de lucros e dividendos deste ano some US$ 19,0 bilhões.
O BC informou também que as despesas com juros externos somaram US$
1,501 bilhão em junho ante US$ 1,266 bilhão em igual mês do ano
passado. No acumulado do ano, essas despesas alcançaram US$ 9,824
bilhões, valor menor do que os US$ 10,545 bilhões de igual período do
ano passado. Para este ano, o BC projeta pagamento de juros externo no
valor de US$ 21,0 bilhões.
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