Pelo menos cinco empresas
estrangeiras deixaram de investir no Polo Naval do Amazonas nos últimos cinco anos por falta
de estrutura, de áreas propícias ao desenvolvimento das atividades
produtivas na capital. Entre os estaleiros que demonstraram interesse em trazer as instalações para o Estado estão empresas da Holanda,
Espanha e Inglaterra, especializadas na fabricação de navios, peças,
eixos, leme de governo, amarras, mastros, entre outros. O Sindicato
da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do
Amazonas (Sindnaval-AM) informou que a perda de contratos de novos estaleiros é
atribuída à omissão do governo do Estado em relação ao desenvolvimento e
a consolidação do projeto de instituição do polo naval.
Segundo o presidente do Sindnaval-AM, Matheus Araújo, Manaus tem
potencial para apresentar um polo naval desenvolvido, mas a falta de
áreas regulamentadas para a utilização dos estaleiros é o principal
dificultador para que os estaleiros decidam firmar as atividades em solo
amazonense. Ele ressaltou que hoje um empresário que planejar investir no
Estado precisa arcar com as despesas sem muitos subsídios como
incentivos fiscais.
Araújo sugeriu a criação de uma agência que atue de forma similar à
Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) em relação à
indústria. “Precisamos de uma agência de desenvolvimento para gerir a
política de desenvolvimento, no que está incluso fatores como os valores
das áreas a serem disponibilizadas aos empresários. Esse valor deve ser
calculado de igual forma ao que é calculado aos projetos industriais.
Hoje, isso não acontece”, afirmou.
O dirigente explicou que a construção de um estaleiro demanda, em média,
valores entre US$100 a US$ 300 milhões. “Esses, valores multiplicados
por cinco resultam no quantitativo que deixamos de receber em nosso
Estado para a geração de novos empregos”, lamentou.
Entre as cinco empresas interessadas em fixar atividades em Manaus
estão o Estaleiro Damen, da Holanda, especializado em construção
de navios; o segundo maior estaleiro da Galícia, na Espanha, o
São Marques, que fabrica navios de apoio offshore; e o estaleiro Sulenkenn, de Liverpool, na Inglaterra. O estaleiro
constrói navios, peças, eixos, hélices, leme de governo, amarras,
mastros, entre outros.
Conforme o presidente, o estaleiro Damen apresentou projeto para
criação de um centro de reparos de navios, projeto ainda inexistente no
Brasil. “Empresários do estaleiro São Marques e Damen estiveram em
Muaval participará de um evento em
setembro, fora de Manaus, onde vamos buscar manter o contato com esses
empresários para manter a possibilidade ainda viva”, disse.
“Temos feito
tudo para chamar a atenção do governo para sensibilizar sobre a
situação do polo naval que precisa ser vista com cuidado. As indústrias
que pretendem se instalar aqui precisam ter garantias constitucionais e
local apropriado”, acrescentou Araújo.
O secretário de Planejamento, Desenvolvimento,
Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas (Seplan-CTI) Thomaz Nogueira, asseguro
que um empresário do segmento naval que tiver interesse de investir no
Amazonas desembolsa os mesmos investimentos que qualquer outro
empresário do ramo industrial.
O pagamento, segundo ele, é feito por área, e a empresa tem direito
aos mesmos incentivos fiscais garantidos às fábricas instaladas no Polo
Industrial de Manaus (PIM). “Não fomos procurados por nenhuma dessas
indústrias estrangeiras. Estamos trabalhando sim com algumas empresas
que demonstraram interesse de vir para o Amazonas. Estamos discutindo
cada situação, em fase de definições”, destacou o secretário.
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