Uma
infraestrutura eficiente é a espinha dorsal de qualquer sociedade. Ela está
diretamente ligada ao desenvolvimento de um país e a melhora da qualidade de
vida da sua população. Um dos grandes fatores apontados pelo mercado
financeiro para o atraso no desenvolvimento da economia brasileira é o “Custo
Brasil” que, dentre outros, deriva dos problemas de infraestrutura. Para
preencher essa lacuna existente, principalmente, na área de infraestrutura,
foram implantadas no Brasil, em 2004, as Parcerias Público-Privadas.
De
acordo com o professor da FGV e palestrante nas áreas de Finanças, Governança e
Gestão, Andriei Beber, as PPPs representam uma forma de obtenção de recursos
privados para o financiamento de obras públicas, buscando ampliar a colaboração
entre a iniciativa privada e o Estado. “O Brasil, como uma das principais
economias emergentes, precisa adotar medidas que ampliem sua competitividade no
mercado mundial. Por este motivo, acredito que as Parcerias Público-Privadas
podem ser consideradas boas opções para a retomada do crescimento do nosso
país”, opina.
Em
relatório destinado a investidores estrangeiros, a consultoria
PricewaterhouseCoopers (PWC) ressalta que a lei das PPP’s no Brasil aumentou a
transparência e reduziu as incertezas quanto às regulações. Entretanto,
não conseguiu apresentar resultados positivos expressivos. Apesar da
evolução, há um perceptível consenso de que é necessário aperfeiçoar o atual
modelo da lei. “Pesquisadores vêm discutindo sobre o tema e já destacaram
alguns fatores que podem ser os responsáveis por travar as PPP’s brasileiras,
como a complexidade dos contratos em comparação com outros modelos de
concessão, a baixa capacidade do setor público de prospectar e formular
projetos de infraestrutura, o baixo grau de autonomia política e financeira das
agências reguladoras, entre outros”, destaca Beber.
Ainda
segundo o professor, investimentos em infraestrutura, além de necessários para
a manutenção e crescimento de um país, também oferecem um grande potencial de
retorno financeiro para investidores à procura de oportunidades. Uma pesquisa
conduzida pela empresa de investimentos BNY Mellon, aponta que a maior preocupação
global, com impacto na confiança dos investidores em relação ao Brasil, é o
nível de regulamentação do governo. Comparativamente, em nível mundial, a
maior preocupação para investidores é o risco sistêmico de mercado, seguido
pelo risco político e, em terceiro lugar, incertezas sobre o ambiente
regulatório.
Uma
remuneração de capital compatível com esses riscos atrai a participação do
investidor privado e assegura a continuidade e a expansão dos serviços à
sociedade. Por outro lado, ainda que o Brasil apresente bom potencial,
devido ao expressivo mercado e boas expectativas de crescimento a longo prazo,
a grande ressalva é a necessidade de um cuidado adicional na mitigação dos
riscos, especialmente os regulatórios.
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