A presidente Dilma Rousseff recebe nesta sexta-feira (4) o presidente eleito da
Argentina, Mauricio Macri. O encontro, a convite de Dilma, terá o
formato de uma audiência, pois o argentino ainda não assumiu o
cargo. Segundo a assessoria de imprensa do Planalto, não há uma pauta
específica para ser discutida, a intenção é tratar dos temas da agenda
de integração bilateral, bem como de assuntos de interesse comum nos
planos regional e internacional. O encontro está marcado para as 10h no
Palácio do Planalto. O Brasil será o primeiro destino internacional do
presidente eleito da Argentina.
O novo chefe de Estado e de Governo do país vizinho toma posse no
próximo dia 10. A viagem ocorre em meio a divergências entre Macri e
Dilma em relação à adoção da cláusula democrática contra a Venezuela no
âmbito do Mercosul. A cláusula democrática prevê desde a aplicação de
sanções comerciais atá a suspensão do país acusado de romper a ordem
democrática, mas precisa de consenso para ser aplicada.
Em sua primeira entrevista após a eleição, na semana passada, Macri
prometeu invocar a cláusula "pelos abusos que [o governo venezuelano]
está cometendo, como a perseguição de opositores e [a suspensão] da
liberdade de expressão". No dia 30 de novembro, durante entrevista em Paris, onde participou
da abertura da Conferência do Clima, a COP21, Dilma discordou de Macri
sobre posicionamentos a serem tomados no âmbito do Mercosul. Ela disse
que não vai apoiar a utilização da cláusula democrática, como pretende o
argentino, com o objetivo de retaliar a Venezuela.
Segundo a presidente, é necessário um fato determinado para que a
medida seja adotada no bloco regional que reúne, além dos três países, o
Paraguai e o Uruguai. A próxima cúpula de líderes do Mercosul está
marcada para o dia 21 de dezembro, na capital paraguaia, Assunção.
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