O CEO da Hapag-Lloyd, Rolf Habben Jensen, garantiu que a companhia alemã não tem intenção de expandir sua atuação para o transporte logístico integrado, como fizeram concorrentes como Maersk e CMA CGM. ”Somos uma empresa de navegação”, disse. Sediada em Hamburgo, a navegadora anunciou que seguirá trabalhando na sua estratégia para 2030, que passará por forte aposta na sustentabilidade das suas operações, a par da modernização da frota, melhoria dos seus níveis de qualidade no serviço e investimento em terminais e infraestrutura.
“Não temos qualquer intenção de entrar no negócio dos transitários ou do transporte aéreo”, assegurou o executivo durante uma sessão online com jornalistas da imprensa especializada. Com base nos resultados do primeiro trimestre, a Hapag-Lloyd identificou a necessidade de melhorar a qualidade de seus serviços, e essa é justamente uma de suas prioridades, além de restaurar a confiança na confiabilidade de seus roteiros.
“Isto é algo que temos de trabalhar em conjunto com os nossos parceiros, já estamos em conversações e temos várias ideias de como abordar, que iremos revelar ao longo do ano”, afirma Habben Jensen, que identifica este ponto como um elemento-chave dentro de sua estratégia. “Temos recebido um excelente feedback das pesquisas de satisfação de nossos clientes, e é isso que nos permite mensurar nosso atendimento e direcionar esforços para as melhorias necessárias”, enfatiza.
Da mesma forma, o executivo destaca que dentro da estratégia 2030 também há foco na consolidação do canal online. "Estamos focados em aumentar nossas capacidades de tecnologia da informação, desenvolvendo novas soluções digitais a cada trimestre, como a instalação de rastreadores em contêineres, tanto secos quanto refrigerados,"salienta.
Outras ações para melhorar a qualidade dos serviços anunciadas incluem a automatização e simplificação de processos para aumentar a eficiência, aplicados a documentação e roteiros. A estratégia de sustentabilidade está centrada no programa Ship Green, que consiste em alcançar uma operação 100% livre de emissões baseada no uso de biocombustível, como parte de seu compromisso com a descarbonização e com total transparência no processo.
“Nossa ambição é ser carbono neutro até 2045, de mãos dadas com navios com consumo eficiente de combustível e um programa de melhoria da frota”, destaca o CEO da Hapag-Lloyd, que esclareceu que a estratégia 2030 será revelada com mais detalhes durante a segunda semestre deste ano. “Nosso foco é mais na evolução, não na revolução. Não buscamos grandes mudanças, mas sim avançar na sustentabilidade e modernização de nossa operação”.
O desmantelamento de navios com mais de 24 anos faz parte das ações que a companhia de navegação alemã realizará nos próximos 24 meses. Já em meados de 2023, o executivo se referiu às condições de mercado, analisando os acontecimentos e contextos até o momento e avaliando as projeções. "Vemos que o mercado 'normalizou' em termos de oferta e demanda, embora as tarifas tenham sofrido uma queda significativa", afirmou.
Por outro lado, em relação à seca que afeta o lago Gatun, no Canal do Panamá, as perspectivas não são muito animadoras, pois “o baixo nível do lago obrigará a carregar menos caixas nos navios para atravessar o Canal”. Já, no que diz respeito à renovação de contratos, “foi um ano atípico, e assistimos a muitos atrasos no fechamento de contratos, embora os volumes de carga sejam comparáveis aos do ano passado”, alerta.
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