A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) divulgou dados apontando que, em maio, foram embarcados 8,53 milhões de pares por US$ 98,2 milhões para o exterior. Os resultados são inferiores tanto em volume (-18,7%) quanto em receita (-5,6%) em relação ao mesmo mês de 2022. Já no acumulado dos cinco primeiros meses do ano, as exportações somaram 57,29 milhões de pares e US$ 538,4 milhões, resultado 10,8% inferior em volume e estável em receita no comparativo com o período correspondente do ano passado.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira,
destaca que o resultado já era esperado pela entidade, diante da desvalorização
do dólar - que torna o calçado brasileiro mais caro no exterior -, do
desaquecimento da economia mundial e do incremento das exportações chinesas.
“Nos últimos dois meses, as exportações de calçados chineses já aumentaram mais
de 20%. Quando o maior player do
mercado mundial, que somente até abril já exportou 2,8 bilhões de pares, retoma
seu espaço, a tendência é que outros países produtores percam espaço”, avalia o
executivo. O dólar também tem sido uma “pedra no calçado” brasileiro, já que
com a moeda norte-americana em desvalorização ante o real a tendência é de um
aumento no preço médio do par exportado pelo Brasil. “Por fim, temos o
desaquecimento da economia internacional, principalmente dos Estados Unidos e
países da Europa, grandes consumidores de calçados”, acrescenta.
O principal destino do calçado brasileiro exportado nos
primeiros cinco meses do ano foi a Argentina. Até maio, os hermanos importaram
6,58 milhões de pares verde-amarelos por US$ 106,6 milhões, queda de 3,6% em
volume e incremento de 43% em receita ante o mesmo ínterim do ano passado.
O segundo destino do calçado brasileiro no exterior foi os
Estados Unidos. Nos cinco meses, os norte-americanos importaram 4,56 milhões de
pares brasileiros, pelos quais foram pagos US$ 92 milhões, quedas tanto em
volume (-54,7%) quanto em receita (-37%) em relação ao mesmo período de 2022.
Também registrando quedas nas importações de calçados
brasileiros, a França aparece em terceiro no ranking dos destinos. Entre
janeiro e maio, os franceses importaram 1,63 milhão de pares por US$ 25,7
milhões, quedas de 60% e 12,5%, respectivamente, ante o mesmo intervalo do ano
passado.
O maior exportador de calçados do Brasil segue sendo o Rio
Grande do Sul. Entre janeiro e maio, as fábricas gaúchas embarcaram 15,86
milhões de pares, pelos quais receberam US$ 235,26 milhões, quedas tanto em
volume (-12,7%) quanto em receita (-4,4%) em relação ao mesmo período do ano
passado.
O segundo exportador do período foi o Ceará, de onde partiram
18 milhões de pares por US$ 129 milhões, queda de 8,2% em volume e incremento
de 6,7% em receita no comparativo com o mesmo intervalo de 2022. Na sequência apareceram São Paulo (3,8 milhões de
pares e US$ 52 milhões, quedas de 8,1% e 2,7%, respectivamente) e Bahia (1,93
milhão de pares e US$ 37,97 milhões, incrementos de 2,6% e 41,3%).
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