Os rumores de que a Portonave está à venda aumentaram nesta semana
com a nota emitida pela Triunfo Participações e Investimentos S.A. (TPI)
informando a possibilidade de alienar ativos para pagar dívidas. A TPI
tem 50% das ações da Portonave e o terminal é seu ativo com maior
liquidez — o que tem melhores possibilidades de resultar em um bom
negócio.
O porto de Navegantes é um dos investimentos mais rentáveis da
Triunfo, que tem como principal foco a concessão de rodovias. É o
segundo maior movimentador de contêineres do país, atrás apenas do porto
de Santos. Responde, sozinho, por 55% da movimentação de contêineres em
Santa Catarina e empurra para cima os números do Complexo Portuário,
que também integra o porto de Itajaí e outros terminais menores.
A TPI não fala em preços, mas no mercado especula-se que as ações da
Portonave poderiam ser negociadas por valores que chegam aos 10 dígitos.
Um negócio de mais de R$ 1 bilhão. Ainda que a venda ocorra de fato, a Portonave não passaria a ter um
"novo dono". Metade das ações do porto continuarão pertencendo à
Terminal Investments Limited (TIL), empresa suíça controlada pelo
armador MSC.
A Portonave não comenta a possível venda. A Triunfo informou que
ainda não decidiu que ativos poderão ser alienados, "nem tampouco
identificou ou iniciou tratativas com nenhum potencial interessado". Há
rumores no mercado de que o negócio poderia interessar aos grandes
operadores portuários internacionais.
Além da Portonave, a participação da Triunfo na concessão da
hidrelétrica Três Irmãos e o Aeroporto de Viracopos, que a Triunfo
assumiu em 2013, também estaria na lista dos que serão alienados. Reportagem publicada pela revista Exame em janeiro diz que manter a
concessão do aeroporto é hoje um dos maiores problemas para a Triunfo.
O
alto preço do negócio, os problemas com a sócia, a empreiteira UTC, que
ficou sem dinheiro para aportes depois de ter executivos presos e
contratos cancelados, além de multas da Agência Nacional de Aviação
Civil (Anac) por atraso em obras, teriam tornado o negócio inviável.
Viracopos, afirma a publicação, representa apenas 9% da receita da
TPI, mas responde por 20% das dívidas da empresa. Não à toa, a intenção
de venda da participação da Triunfo em Viracopos já era ventilada há
pelo menos três meses. O preço chegaria a R$ 350 milhões.
Diferente de outras gigantes do ramo, os problemas financeiros da
Triunfo Participações e Investimentos não estão atrelados à Operação
Lava Jato — a TPI não é alvo da operação.
A empresa é uma das que apostaram alto nas concessões do governo
federal nos últimos anos e venceram concorrências com preços
competitivos, contando com aditivos e créditos do BNDES. Quando o
governo ficou sem dinheiro, essas alternativas para turbinar o caixa
deixaram de existir.
A empresa terminou o último trimestre de 2016 com uma dívida líquida de R$ 3,47 bilhões.
Leia a nota da Triunfo ao mercado:
São Paulo, 6 de fevereiro de 2017 - A Triunfo Participações e
Investimentos S.A, mantendo suas boas práticas de
transparência e equidade de informações, informa aos seus acionistas e
ao mercado em geral que pretende elaborar um plano de melhoria de sua
estrutura de capital. Para tanto, a Companhia, em conjunto com
assessores financeiros e legais contratados, avalia a possibilidade de
alienar ativos a serem selecionados por sua Administração e utilizar
eventuais recursos advindos da venda para reduzir seu o endividamento e
de suas controladas. Até a presente data, a Administração da Companhia
não decidiu quais ativos poderão ser objeto de alienação, nem tampouco
identificou ou iniciou tratativas com nenhum potencial interessado. A
Companhia manterá o mercado informado a respeito da matéria tratada
neste Comunicado ao Mercado. (Fonte: ClicRBS)
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