O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (PMDB), reafirmou que
pretende abrir os berços 3 e 4 do porto local à operação de carga geral, não
conteinerizada. Contudo, a possível vinda da soja, ensaiada no
governo anterior, divide opiniões.É consenso que o complexo do norte catarinense precisa
incrementar a movimentação após ter perdido metade das linhas, em 2015.
Mas há preocupação sobre os impactos desse tipo de operação.
Primeiro, pelo valor agregado. Commodities rendem menos ao porto do
que contêineres. Além de os grãos ocuparem um espaço valioso, podem
inviabilizar o transporte de outras cargas _ como veículos, por exemplo. Há ainda a questão do trânsito. Em época de safra, o volume de
caminhões carregados de soja nas ruas de Itajaí tende a atrasar o fluxo
dos contêineres.
"A médio prazo, entendo que não é uma operação interessante para
Itajaí. Podemos perder nossa principal carga, que é o contêiner. E isso
seria uma tragédia", diz o vereador Robison Coelho (PSDB), que é
portuário. Outra preocupação em relação à soja diz respeito à sujeira que ela
deixa pelo caminho _ e se é possível evitá-la.
No Porto de Paranaguá
(PR) a prefeitura teve que instituir multa para caminhões que sujam a
cidade. Mas as reclamações continuam, especialmente em relação ao
cheiro. O que seria um problema em Itajaí, que tem o porto tão próximo
de área residencial.
Uma maneira de democratizar a decisão sobre a operação de soja no
Porto de Itajaí é através de uma audiência pública, com apresentação de
prós e contras. Uma decisão conjunta seria bem mais sensata, entendem diversos usuários.
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