O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, assinou nesta
quinta-feira (02/02) a ordem de serviço para início das obras de
dragagem do Porto de Paranaguá (PR). A execução do projeto compreende o
aprofundamento do canal de acesso aquaviário, bacia de evolução e berço
público do Porto. O Ministério dos Transportes vai investir um total de
R$ 394 milhões nos serviços de dragagem. Na oportunidade, o ministro
assinou também a aprovação do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do
Porto de Paranaguá.
Para o ministro Quintella, a obra vai propiciar a melhoria da
segurança de navegação, evitando a espera das janelas de entrada de
navios de grande porte, o que vai ao encontro da meta da autoridade
portuária em manter o nível de espera zero. “Além da ampliação de cargas
em mais de 10,5 mil toneladas, com o aumento de profundidade em 1,5
metro nos berços. Esta dragagem vai impulsionar o crescimento da
capacidade portuária do Estado”, explica o ministro.
O prazo previsto
para a conclusão da obra é de 11 meses, contrato que será executado pela
empresa DTA Engenharia Ltda, que venceu a licitação. Há 20 anos que o porto não passava por dragagens de aprofundamento –
foram feitas três dragagens, de manutenção, entre os anos de 2012 e
2016. “O porto não poderia esperar mais por esta obra pelo alto grau de
influência de Paranaguá para o setor produtivo do país”, afirma
Quintella. Com 1,5 metros a mais de profundidade, apenas no Terminal de
Contêineres, será possível carregar 1.050 Unidades de Contêiner a mais
por navio.
Todos os investimentos em infraestrutura realizados ao
longo dos últimos em Paranaguá pela Appa e Governo do Estado, bem como a
condução do processo de obtenção de licenciamento da obra, foram
essenciais para que o porto recebesse a dragagem de aprofundamento. “Nos
preparamos para dar este passo. Já repontencializamos o porto desde seu
Pátio de Triagem, suas entradas e balanças, até o cais de atracação,
que passou pela sua maior reforma em 80 anos”, explica o secretário de
Infraestrutura e Logística, José Richa Filho.
A dragagem ocorrerá em três áreas que permitem o acesso de
navios numa extensão de, aproximadamente, 45 quilômetros. Ao todo,
serão dragados 14,2 milhões de metros cúbicos de areia, quantidade
suficiente para encher 15 estádios de futebol como o Maracanã. Todo o
processo de obtenção do licenciamento ambiental junto ao Ibama
(Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis) foi conduzido pela Appa. Com a nova dragagem, o canal de acesso ao Porto de Paranaguá, chamado
canal da Galheta, passará a ter 16 metros de profundidade. Hoje, o
canal possui 15 metros.
A Bacia de Evolução do canal – área utilizada pelos navios para
manobra e atracação – ganhará mais dois metros de profundidade com a
nova dragagem, passando de 12 para 14 metros. Já as áreas
intermediárias, localizadas entre o Canal da Galheta e a Bacia de
Evolução, passarão a ter entre 14 e 15 metros de profundidade.
Com o aumento da profundidade em 1,5 metros nos
berços, cada navio que atraca no Porto de Paranaguá poderá ter a sua
carga ampliada em 10,5 mil toneladas. Isso representa um aumento mensal,
apenas no Corredor de Exportação, de 315 mil toneladas que poderão ser
carregadas a mais. (veja o infográfico)
O diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e
Antonina, Luiz Henrique Dividino, explica que o principal benefício da
dragagem de aprofundamento é a segurança para a navegação. “A dragagem
trará maior segurança para a navegação, independente da maré. Além
disso, permitirá promover ganhos de escala para redução do custo
Brasil”, reforçou .
O assoreamento dos canais de navegação é um fenômeno
natural de recomposição dos materiais no fundo dos canais. O canal de
Galheta, que dá acesso aos portos do Paraná, é artificial e foi aberto
na década de 1970, o que possibilitou ao Porto de Paranaguá se
posicionar como o segundo maior porto público da América Latina e uma
das maiores plataformas de exportação de grãos do mundo.
O Porto de Paranaguá fechou o ano de 2016 com
45,1 milhões de toneladas movimentadas. O resultado é 2% superior ao
alcançado em 2015, quando 43,9 milhões de toneladas de cargas foram
movimentadas. Ao todo, foram exportadas 27,9 milhões de toneladas por
Paranaguá em 2016. O crescimento mais significativo foi no embarque de
açúcar, que movimentou 5,1 milhões de toneladas e registrou 19% de
aumento em relação a 2015.
A marca foi alcançada em função dos recentes investimentos, no valor
de R$624 milhões, realizados pelo Governo do Estado em obras de
infraestrutura, entre elas, o reforço do cais e as dragagens de
manutenção.
Outro tipo de mercadoria que impulsionou o resultado do porto em 2016
foi a exportação de carga geral. As 5,8 milhões de toneladas embarcadas
conferiram à carga um aumento de 5% em relação ao ano anterior.
O ministro Maurício Quintella também assinou a aprovação
do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Paranaguá (PDZPO). Formulado em parceria com a comunidade portuária, usuários, entes
públicos e privados, o Plano é a linha mestra de desenvolvimento dos
portos. Este é o primeiro plano de desenvolvimento e zoneamento feito em
total consonância com o Plano Nacional de Logística Portuária (PNLP),
do Governo Federal, e em conformidade com todas as resoluções ambientais
vigentes.
A partir dele, são estabelecidas as diretrizes para o crescimento da
estrutura portuária e da expansão das áreas dos terminais. Nele está
previsto o aumento da demanda pelo porto até 2030.
PRESENÇAS - Estiveram presentes na solenidade o secretário de
Infraestrutura Portuária do Ministério dos Transportes, Daniel Maciel; o
diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq),
Adalberto Tokarski; o prefeito de Paranaguá, Marcelo Roque; o deputado
estadual, Tião Medeiros; o secretário do Meio Ambiente e Recursos
Hídricos do Paraná, Antônio Carlos Bonetti; empresários do setor,
vereadores e representantes dos sindicatos portuários.
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