Os fretes marítimos de contêiner podem ter seus preços consultados na
internet por qualquer pessoa, sem qualquer tipo de cadastro. Mandar um contêiner cheio de 20 pés do Porto de Roterdã, Holanda, o
mais importante da Europa, para Santos, hoje sairia US$ 162 (cerca de R$
495). Já de Xangai (China) para o principal porto do Brasil, o valor
desse mesmo tipo de contêiner ficaria em US$ 1,6 mil (cerca de R$ 5,8
mil).
As informações sobre os valores dos fretes foram disponibilizadas
pela Gurucargo.com, uma start-up que compara preços de fretes marítimos
entre várias empresas, semelhante ao Decolar.com para passagens aéreas,
mas que até agora fazia o trabalho em plataforma fechada.
Somente quem era cadastrado pela companhia e tinha sua identidade
validada recebia a informação sobre as melhores tarifas para fazer o
transporte. Os proprietários da empresa, que tem sede no Uruguai,
decidiram abrir as pesquisa para qualquer pessoa, mesmo sem nenhum tipo
de cadastro no site. A empresa opera no Brasil novembro.
Na pesquisa, é possível consultar por tipo de contêiner (20 ou 40
pés) e ainda o preço se o cliente quer enviar uma carga num contêiner
compartilhado. Nessa opção, é necessário digitar peso e dimensão do
material. A plataforma informa na consulta aberta o prazo estimado para a
entrega da mercadoria. Para os clientes que se registram, são
oferecidos outros serviços.
Os preços informados podem ser os que a Gurucargo negocia com as
transportadoras ou os valores que grandes companhias de navegação estão
ofertando naquele dia. Essas companhias podem ser contratadas
diretamente, sem a necessidade de passar pela plataforma.
Para os importadores, há opções de frete dos principais portos do
mundo para os maiores terminais portuários do país. Mas o site dá poucas
opções para quem quer exportar do Brasil. De Santos, por exemplo, só
havia a opção de enviar de enviar contêiner para o porto mexicano de
Vera Cruz.
Os valores do frete são uma dor de cabeça para empresas que precisam
importar ou exportar por serem mundialmente tratados como segredo entre
as companhias que fazem o transporte, que também não deixam claro todos
os custos incluídos.
Andres Israel, um dos sócios da companhia, diz que ela passa a ser a
primeira plataforma aberta no mundo para esse tipo de consulta e que o
acesso democrático às tarifas de frete marítimo pode impactar na
economia de todo o sistema de comércio.
"Qualquer importador ou exportador que esteja negociando suas cargas
internacionais vai poder conhecer em tempo real se está pagando o preço
justo ou não", disse Israel. Para o sócio da companhia, o mercado de frete vai aos poucos
assimilar que o futuro da indústria está na informação transparente:
"Assim como aos poucos os taxistas vão entendendo que modelos como o
Uber são o futuro do transporte, nós pensamos que nosso mercado vai
entender que a empresa é o futuro das cargas internacionais".
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