O porto de Santos segue sendo o principal canal para escoamento de
milho e soja produzidos na safra 2016/17, apesar do crescimento
apresentado pelos portos do Arco Norte. A expectativa é que sejam
exportados 19,8 milhões de toneladas de soja e 10,4 milhões de toneladas
de milho pela cidade paulista, revela estudo da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab) sobre rotas de exportações pelos portos nacionais.
De acordo com o documento, a expectativa é de que sejam exportadas
72,9 milhões de toneladas de soja e 24 milhões de toneladas de milho da
safra 2016/17. Deste total , cerca de 75% da produção de milho e soja
sairão pelos portos do centro-sul do país.
Em Santos/SP o incremento é pequeno, uma vez que os embarques estão
perto da capacidade máxima do porto. A expectativa é de um aumento de
400 mil toneladas nas exportações de soja pelo terminal paulista, na
comparação com a safra 2015/16. Pelo mesmo motivo, os embarques em
Paranaguá/PR devem se manter mantêm em índices próximos a 13 milhões de
toneladas do grão.
O maior crescimento no fluxo de exportações está
previsto para o porto de Itaqui/MA. Pelos dados de movimentações de anos
anteriores, o melhor desempenho registrado pelo porto foi em 2015, com a
saída de 7,2 milhões de toneladas de soja e milho. Neste ano, a
estimativa é de que apenas a soja seja responsável por 6,6 milhões de
toneladas exportadas por Itaqui.
Este bom desempenho no porto do Maranhão impulsiona o crescimento das
exportações pelo Arco Norte. Cerca de 23,8% do total exportado de milho
e soja devem deixar o país pelos portos fora do eixo centro-sul. Apenas
Itaqui representa 37,2% do volume a ser destinado ao mercado externo
pelos corredores de escoamento do Arco Norte.
Apesar do aumento da participação do Arco Norte, o porto de Santos
ainda é o local que apresenta maior eficiência para escoamento da
produção. A carência na infraestrutura de transporte entre as zonas de
produção e os portos que não se situam no centro-sul do país dificultam o
escoamento por essa região ao encarecer os custos para o produtor.
“O aumento da atratividade dos produtos agrícolas brasileiros no
mercado externo vai depender de um sistema logístico nacional que
promova maior agilidade para produtores e fornecedores de forma a
propiciar otimização dos custos pelo menos próximos aos observados nos
países concorrentes com a exportações nacionais”, avalia o analista de
mercado Carlos Eduardo tavares, responsável pelo estudo. O trabalho,
chamado "Estimativa do Escoamento das Exportações do Complexo Soja e
Milho pelos Portos Nacionais: Safra 2016/17", faz parte do Compêndio de
Estudos da Conab.
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